Vou "roubar" as palavras de um amigo, que adora começar as frases mandando um sonoro: "Não vou mentir". Então lá vai. Não vou mentir que fiquei impressionado com a receptividade dada ao CSA, por sua torcida na entrada em campo contra o Campinense. Visitantes apaixonados assim, que não me falhe a memória numa Série D, somente os torcedores do Santa Cruz-PE. Cheguei até a lembrar-me do confronto: Galo versus Cobra Coral, em 2011.
O apelo da torcida e os objetivos traçados são semelhantes ao extremo. Tanto Campinense, quanto CSA querem a todo custo passar de fase e continuar sonhando com o acesso à Série C. Pelo que vi, no jogo do Amigão, ambos reúnem condições de subir mais um degrau e permanecer na caminhada. Os detalhes poderão definir quem ri ou quem chora no final.
A jogada aérea da Raposa foi ,inegavelmente, uma arma eficaz contra uma zaga momentaneamente frágil do Azulão. Marquinhos Marabá segue como talismã e o Campinense, na base da garra e vontade, fez sua melhor apresentação tendo como líder o experiente atacante Warley. O time de Alagoas estranhou, e muito, a derrota. Estavam invictos no campeonato e tiveram que saborear o primeiro fracasso justamente no momento crucial da competição. Washington é um dos destaques do CSA. A Raposa que se vire para neutralizar as jogadas do seu filho bastardo.
O placar de 2x1 serviu para encher de moral os jogadores do Campinense e para o CSA, o gol marcado fora de casa, mostra que nada está perdido. Então, este é o cenário para a partida decisiva deste domingo (9): os paraibanos cresceram na reta final e os alagoanos, após receberem um golpe, perceberam que não são imbatíveis.
Assim como acontece numa batalha campal, o momento dos dois, a preparação psicológica, a sorte, a competência e mais uma pitada de teimosia dos deuses do futebol irão decidir quem fica e quem segue rumo ao acesso. Será que, de fato, o grupo do CSA era mais fraco do que o grupo do Campinense e por isso o Azulão chegou com tanta confiança à segunda fase?
Isto, pouco ou nada importa, neste momento de concentração. Independente do resultado, fica a sensação de que ambos poderiam ir mais longe, mas a regionalização do regulamento não permite. Não sei se isto é bom ou ruim, afinal garante que pelo menos um nordestino ascenda. Neste duelo de titãs, a dura realidade, "não vou mentir", é que um vai ter de se contentar em ouvir a música do homônimo, representante do rock brasileiro: "É cedo, ou tarde demais, pra dizer adeus, pra dizer jamais"
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