Atenção desportistas de Campina
Grande! Vocês foram a inspiração para a confecção deste manuscrito. Torcedores,
jornalistas e comunicadores de uma forma geral. Acostumados com os maiorais da serra,
aquele bairrismo, orgulho ferido, mania de grandeza e falta de solidariedade
esportiva. Acontece que futebol é assim mesmo. Infelizmente a rivalidade quase nunca
combina com o espírito fraterno, irmandade, todos dando as mãos em torno de um
só pensamento: aquilo que é melhor para o nosso estado.
Nos grandes centros, acredito que
esse apelo não vocifera. Conseguem imaginar flamenguistas, botafoguenses e
vascaínos, em uníssono, torcendo para que o Fluminense, enfim consiga
conquistar a Libertadores da América? Ah, mas seria bom para o Rio de Janeiro
ter mais um time chegando lá, podendo ser até campeão do mundo... E a turma do
Corinthians, os Gaviões da Fiel, abraçados com os palmeirenses e santistas,
naquela corrente positiva, para que o São Paulo consiga erguer a taça da Copa
do Brasil, pela primeira vez. Utopia pura. Devem existir alguns casos isolados,
claro, mas é preciso procurar bem.
Na Paraíba, o futebol cresce para
baixo, como rabo de cavalo, dizia o saudoso comentarista Humberto de Campos.
Seu programa tinha dez minutos de duração, bem na hora do almoço, antes do meio
dia e ia ao ar pela rádio Borborema. Se vivo fosse e ainda estivesse na
ativa, imagino como seria o seu comentário hoje, ao tratar dos possíveis
acessos do Sousa, para a Série C e do Botafogo para a Série B do Campeonato
Brasileiro.
“Meus amigos, bom dia. A incompetência
dos dirigentes de Treze e Campinense é tão grande, que eles já poderiam ser
rebaixados, não de divisão – porque já estão acostumados – mas deveriam
mesmo é perder a alcunha de maiorais e assumirem de vez o papel coadjuvante de
minorais. E olha que a situação pode até piorar, caso nenhuma atitude seja
tomada. Estou falando de um choque de gestão, uma mudança de postura, quebra de
paradigmas e emancipação do passado. Prestem atenção porque enquanto todos
estão se organizando, Galo e Raposa ficam nessa gangorra, para ver quem
consegue ser o pior. Não estou falando de ganhar estadual, isso não conta. Nem
a balela de comemorar calendário. Queremos ascensão.
Quem era o Campinense? Torcedor tudo
orgulhoso dizendo que hexa é luxo, que é o único do estado campeão do Nordeste,
hoje está mesmo é sem série. O Treze, com muito sacrifício jogou sua bolinha em
2023 e foi suficiente para ganhar o Paraibano. Conseguiu a vaga para a Série D
em 2024. Quem te viu, quem te vê. Só resta aos torcedores dos dois de Campina,
reconhecerem sua pequenez momentânea e torcer pelo sucesso do Belo e do Dino.
Como castigo, vão ter que aguentar a zoada do fanfarrão Aldeone Abrantes e os
torcedores da capital, chamando a gente de matuto. É bem pregado para que os
famosos abnegados e aventureiros da arquibancada, passem a respeitar a história
do nosso futebol e aprendam a administrar o clube como uma empresa.
Tem um bocado de jornalista e cuspidor
de microfone que aqui, na Rainha da Borborema, diz que está torcendo pelos
representantes paraibanos, mas é tudo mentira. Só questão de fazer o
politicamente correto. Não conseguem separar o torcedor, do profissional. Da
mesma forma, a turma da ‘capitá’. Quando os times daqui ganham alguma coisa,
aparecem na televisão com aquele sorriso amarelo. Cada um valoriza o seu.
Quando o time local vai bem, todos ganham, inclusive a imprensa e o seu
departamento comercial. Cada um defende o seu faz-me rir.
Sem mais para o momento, a escolha é
de vocês. Torcer para a evolução do futebol paraibano e aguentar a chacota e as
pilhérias, ou tentar secar o mar do outro lado do oceano, para que os nossos rivais
se deem mal também e assim, talvez, possam justificar o fracasso das nossas equipes.
Como diria o meu amigo de infância, Tonino: eu sou ruim, mas sou melhor do que
tu. Bom dia e até amanhã, com o oferecimento da Shop Vídeo Locadora, na rua
Treze de Maio, Centro. Alugue uma fita hoje, sábado, e só entregue na segunda”.
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