É simples. Coloque no mesmo grupo três
favoritos, com a possibilidade de apenas dois passarem para a próxima etapa.
Achou pouco? Aposto que sim. Então, acabe com o confronto direto, fazendo com
que os times de uma chave enfrentem apenas os da outra. Treze, Botafogo e
Atlético que se virem para conquistar duas vagas. Um ficará de fora e
certamente terá ao fim da primeira fase, mais pontos do que o segundo, ou
talvez até, do que o primeiro colocado do grupo B. O Campinense parece ter
tirado a sorte grande, como no ano passado, na distribuição das equipes. Seria
pedir demais um primeiro turno do jeito que está e o segundo, com todos se
enfrentando entre si, internamente? Aí teríamos jogos como: Treze x Botafogo,
Atlético x Treze, Botafogo x Atlético e Campinense x Sousa. Essa sinuca parece
estar mesmo um pouco descaída.
Já pensou, você ganhar uma
partida e não servir de muita coisa, se os rivais da chave também vencerem,
como aconteceu na primeira rodada? Até agora, só a Raposa e o Dinossauro
pontuaram do lado de lá. Se continuar assim, teremos uma semelhança com o quociente
eleitoral, quando um candidato com menos votos se elege, ao vencer o que teve
mais sufrágios. Essa sensação estranha de injustiça lastreia a promoção do mais
fraco em detrimento do mais capacitado. E ainda tem jogador dizendo em
entrevista que o Campeonato Paraibano é muito difícil e disputado. Para uns,
até pode ser. O nível do futebol brasileiro já foi mais elevado. Aqui na
Paraíba também. Agora, a dificuldade vem pelo fator extracampo. É tanto
que o Botafogo , sem muitos problemas, sagrou-se o atual tricampeão. Fácil,
fácil.
Às vezes, me pego pensando como
é que alguns times participam do campeonato, sem praticamente ter nenhuma
aparente fonte de receita capaz de bancar o investimento. Tirando o Belo,
aposto que o restante vai penar para, pelo menos, não ter prejuízo. Recorrer
aos abnegados, é sempre uma necessidade. Imagine aí a situação daquelas
agremiações que batem e voltam da Série A para a Série B? Lembram do calote que
o uruguaio Acosta levou em Santa Luzia? Pois é. Está pensando que é fácil honrar
com os compromissos assumidos, diante de uma folha de pagamento? O que eu mais
vejo é jogador colocando time na justiça, ganhando causas, às vezes à
revelia. Sem contar que tem atleta que para jogar no Treze ou Campinense quer
cobrar salários que fogem à nossa realidade. E a base? Cadê as categorias? Pode
apostar nos meninos, que sai mais em conta.
O jeito é ver se cai alguma
verba do governo estadual, no que se refere ao novo Gol de Placa com formato e
nome diferentes, já que foram identificadas algumas fraudes no antigo, para
variar. No meio desse imprensado, quem cada vez mais perde a motivação é o
torcedor, que se por acaso encontrar um ingresso no chão, vai na bilheteria
devolver. Fazer o simples pode ser a saída para o regresso da confiança. Jogar
fácil, preferir o básico, nos momentos de dificuldade. Quem será o campeão em
2020? Seja um apostador. Dê um chute. Você pode se dar bem, ou talvez não.
Diante de tudo o que o futebol da Paraíba já vivenciou ultimamente, em se
tratando de manipulação de resultados pela arbitragem e agora a suspeita de
combinação, para se faturar com apostas, é preciso avaliar se vale a pena
continuar. Talvez, a saída seja tornar um campeonato difícil, em algo fácil de
se conquistar.
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