Dois mil e dezoito acabou. Mas não pense que na retrospectiva do futebol desse ano, as maiores emoções tiveram origem na Copa do Mundo . Pelo menos para mim, outros encontros inesperados, mexeram bem mais com a minha capacidade de tentar sair ileso em meio a um bombardeio de sentimentos.
A começar pelo Vasco, contra o Jorge Wilstermann da Bolívia, pela pré-Libertadores. Teve 4x0 , 0x4 e pênaltis. O Treze despachou o Caxias no Rio Grande do Sul e um narrador local quase chorando balbuciava o gol "dos caras". No encontro de Botafogos, o de Ribeirão Preto conseguiu o acesso porque a zaga do Belo não tirou, faltando poucos segundos.
As transmissões de partidas de futebol pelo rádio acrescentam ao espetáculo aquela pitada de emoção indispensável. Assisti ao amistoso entre Treze e Campinense "no seco". Era a inauguração do gramado padrão Fifa do Amigão. Pronto! Agora está igual ao do Almeidão, seu primo. E eu ainda ouvi vaias rápidas e tímidas quando o nome do governador foi anunciado.
Normal. No minuto de silêncio, as torcidas usaram os 60 segundos para xingarem a rival, sempre com o mesmo repertório de baixo calão. Aliás, o comportamento nas arquibancadas reflete a intolerância lá de fora. Como tudo isso mudou nas últimas décadas! O clima no estádio, que outrora era quase sempre amistoso, agora quase nunca é.
Escutei ao jogo sem ouvir a transmissão pela rádio. Esqueci de levar o fone de ouvido. Não sabia os nomes dos jogadores. Só dos goleiros e dos técnicos. Não conhecia o autor do gol e até agora não lembro, mesmo depois de ver no instagram. Início de temporada.
Se aquela bola de Renato Augusto tivesse entrado, se Paquetá ajustasse melhor a pontaria, se Bressan não pusesse a mão na bola, se Benedetto não fosse tão bem contra o time de verde e tão linguarudo no Bernabéu... Se Pratto matasse a fome de Mundial, se o Furacão não mexesse no que está quieto, se Perilima não fosse mais sorda, se a trave do Ferroviário fosse maior... "Se" continua sem jogar.
Em 2019, viveremos outro recomeço. Tudo igual e diferente. As pessoas só querem se emocionar. Inevitavelmente é o que vai acontecer. Nesse pequeno hiato, o jeito é se contentar com as intragáveis partidas de amigo de Zezinho contra os amigos de Joãozinho. Futebol é entretenimento, mas por mais paradoxal que possa parecer, tem que ser levado a sério. Mas se for, em benefício de uma causa nobre, está valendo. Deve ser implicância minha. Coisas da idade moço velho.
Quanto ao Campeonato Paraibano, parece que vai ser diferente dos anteriores. Aparentemente o pior Já passou. Depois da faxina, quero ver quem vai apitar . É momento de mostrar serviço, para quem estava na geladeira e fora do esquema, que ninguém deveria mais chamar de suposto. Hora de olhar para os dois goleiros , contar se tem 22, fazer sinal de legal e soprar o apito. Ano novo, novas velhas emoções.




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