É como se o campeonato já começasse com um campeão. A taça já estivesse em suas mãos, cabendo aos rivais esforçados, duelarem contra a lógica. Campinense e Treze têm uma pedra na chuteira, difícil de ser retirada. Esteve adormecido e desativado por uma década, mas agora retorna de vez, quase imbatível.
São seis anos seguidos disputando a final. Poderia até ter
repetido o feito memorável do hexacampeonato, conquistado na década de 1960,
pelo Rubro-Negro. Daqui para frente, a tendência é que continuemos a ver esse
jogo de todos contra um. A não ser que a força oriunda de um acesso no
Campeonato Brasileiro, por exemplo, também possa trazer a estrutura necessária a fim de que se tenha a estabilidade para realizar um projeto de longo prazo.
Eu considero a Série D, o que há de mais importante para Galo e
Raposa. Esqueçam momentaneamente outros campeonatos. O que se mostra
deficitário hoje, pode representar a saída do fundo do poço amanhã. Administrar
é: planejar, organizar, controlar e dirigir. Passei cinco anos estudando isso.
Um dia, um vizinho de meu pai perguntou-me por que eu estava na faculdade.
Para administrar o quê? Ainda lembro-me do seu olhar e tom de voz sarcásticos.
Respondi que era para administrar a vida. Ele calou-se. Se até
nossa casa precisa ser bem gerida, para que as contas não descambem para o
vermelho, imagina um time de futebol, com seu quadro de funcionários, folha de
pagamento, despesas fixas e variáveis, liquidez, ativos e passivos? Queiram ou
não, trata-se de uma empresa.
É momento de reflexão para os maiorais da Serra da Borborema.
Querem o protagonismo de volta ou cumprirão a sentença de continuarem a ser
coadjuvantes? Se não mudarem o panorama, o Serrano vem aí. Quem sabe, a
simplicidade não surpreende quem tropeça em tantos fracassos sucessivos?
Enquanto esse "boom" não acontece, é preciso permanecer respeitando a
autoridade - o Botafogo, vinte e nove vezes campeão estadual. O resto, é só
desculpa esfarrapada.
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