TREZE E CAMPINENSE: As voltas que o mundo dá


Em 2011 o Campinense era um time de Série C, enquanto que o Treze sofria na Série D e sonhava estar no mesmo patamar do rival. O Galo estava indo muito bem, nos primeiros momentos daquela competição nacional. Já a Raposa seguia mal das pernas, com o pensamento de não ser rebaixado mais uma vez. O Treze não era favorito apenas ao acesso, mas muitos até o consideravam candidato ao título. O Campinense repetiu o erro do ano anterior e lutou até o último instante para não sofrer mais uma vez o martírio de um descenso, ruim de se digerir. Acabou não conseguindo mudar o destino traçado pelos deuses do futebol.

Todos sabiam do potencial que o Treze detinha, mas, no fundo, havia um receio. Um temor quase premonitório. Não existia ousadia capaz de supor que um encontro diante do Santa Cruz - PE, pudesse terminar bem para o Alvinegro. A tradição, a torcida, a pressão, o histórico negativo do Galo em jogos decisivos, tudo fazia crer que o time de Campina Grande não teria boa sorte naquele momento. Ainda mais, após o empate em 3x3 jogando no Amigão, depois de estar vencendo por 2x0.  

Após a eliminação do Treze na Série D 2011, mais uma vez o desânimo tomou conta da torcida. A agonia era ter de ganhar de novo o Campeonato Paraibano, para poder novamente disputar a Série D e depois sonhar com um acesso. Muito chão pela frente. O quadro era desolador. Naquele mesmo ano, o Campinense lutou com todas as suas forças para permanecer na Terceira Divisão. Foi à última rodada com chances, mas aconteceu aquilo que é uma das piores sentenças que existem no futebol: depender dos outros. A Raposa venceu o Guarany de Sobral, por 1x0, num sofrimento danado. A torcida fez a festa por alguns instantes, mas o Fortaleza achou por bem vencer o CRB por 4x0. Acabou se livrando e empurrando o Rubro-Negro para o abismo.

(Carlinhos Bala)
A partir de então, se sentindo prejudicado por supostas irregularidades cometidas no jogo do Fortaleza - em que imagens mostraram jogadores do time cearense pedindo para que os atletas do CRB abrissem o jogo- o setor jurídico do Campinense recorreu à Justiça Desportiva, com o objetivo de permanecer na Série C, tentando provar que houve "arrumadinho" no jogo entre cearenses e alagoanos. Tendo fracassado no seu intento, o Campinense não ousou buscar os seus direitos na Justiça Comum e deu o caso por encerrado.

Já o Treze, em 2012, após muitos torcedores reclamarem de outro "arrumadinho", que supostamente Sousa e Campinense tramaram para enterrar de vez o Galo, em um ano infeliz, viu uma possibilidade salvadora. Depois de a CBF punir o Rio Branco com exclusão na Série C de 2011 e na sequência voltar atrás, num acordo amigável e ilegal, o Alvinegro Lutou até as últimas instâncias e na Justiça Comum, encontrou o refúgio necessário. Peitou a CBF e acabou tendo o seu Direito legitimado.

Dando um f5 no tempo, chegamos a julho de 2012. O Treze, que não tinha expectativas para o resto do ano, ocupa o posto que era do rival, no ano passado e o Campinense, vai ter de fazer o mesmo caminho que derrubou o Galo em duas ocasiões. O Alvinegro agora tenta montar um time capaz de fazê-lo permanecer na terra que mana leite e mel e o Campinense, precisa pagar os seus pecados para voltar ao rumo que um dia o fez sonhar acordado na Série B. 

Vai o recado para as duas maiores torcidas da Paraíba (perdoe-me os botafoguenses): contra o Baraúnas e Cuiabá, você torcedor fiel, será muito importante, indo ao Amigão a fim de empurrar sua equipe para a vitória. Quem sabe, o próximo ano, poderá ser o ano do encontro? Galo e Raposa duelarão na terceirona? Se assim acontecer, teremos um feliz Dois mil e treze, ou mesmo um venturoso Dois mil e doze mais um. Vai depender das voltas que o mundo dará.



Comentários