OS PROGRAMAS QUE JÁ "FIZ".


Ao que parece, um programa de rádio é - para o seu idealizador, produtor e locutor - como um filho. O interessante é que tudo fica guardado e apenas com o tempo é que passamos a sentir falta, saudade, mesmo. O meu primeiro programa foi na Rádio Comunitária Lagar FM, do Bairro Malvinas, Campina Grande-PB. Fui com a cara e a coragem e sofri nos primeiros dias, por causa de um nervosismo quase fora de controle. Era o "Crepúsculo Musical". Ia ao ar das 18:00 as 19:00h. Ainda hoje quando estou na zona oeste da cidade, no horário do por do Sol, lembro-me do Crepúsculo. O forte do programa era MPB, informações sobre o futebol e notícias bizarras da internet. Foi uma experiência bastante proveitosa, embora trabalhosa. Uma rádio comunitária é algo muito familiar. Os ouvintes estão sempre mais próximos e sempre presentes. O Crepúsculo Musical nasceu em novembro de 2006 e se pôs em janeiro de 2007.

Em seguida, a convite do meu pai, o poeta e radialista Tião Lima, aceitei o desafio de comandar o Programa Retalhos do Sertão. O Retalhos era um dos programas mais antigos no ar, no rádio paraibano, nordestino, sei lá, quem sabe até brasileiro. Estava no ar desde a fundação da emissora em 1949. Já tinha tido diversos apresentadores, como o Poeta Zé Gonçalves e o próprio Tião Lima, que estava me dando a oportunidade de figurar numa rádio tradicional. Encarei e ficamos no ar até 2008, foi quando a Rádio Borborema, passou pelo processo de mudança e virou Rádio Clube. O horário era de 17:30 as 18:00. Nesta parte do dia, o estúdio estava sempre cheio. Lembro que no primeiro programa, tinha umas dez pessoas no estúdio, falando alto, conversando, rindo. Eu cheguei e quando comecei a falar, todos pararam e ficaram a me olhar. Não sei se esperando que eu gaguejasse, errasse, tivesse um surto, mas no final foram saindo um a um do estúdio e eu pude dar um pouco de minha contribuição para a divulgação de nossa cultura popular nordestina, com os nossos violeiros, cantadores, emboladores, declamadores e cancioneiros.

Em 2008, também em parceria com Tião Lima, passei a apresentar esporadicamente o programa "Matutos na Cidade", que ainda está no ar, pela Rádio Cidade AM 1310, de segunda à sexta das 15:30 as 18:00. É mais um programa com caráter regional, que valoriza as nossas raízes. O interessante de tudo é que a Rádio Cidade Esperança foi uma das primeiras em Campina Grande a trabalhar com transmissão ao vivo pela internet, com direito à webcam. Creio que até hoje, ela é a única de nossa cidade que disponibiliza, o discreto BBB, dos locutores, com a webcam ligada, para todo o mundo. (www.redeesperanca.com.br).

Em 2009, no mês de dezembro estreei na Rádio Cariri AM 1160, mais um programa próprio, com minha produção e apresentação. Era o "Amplitude Modulada". O bom de tudo é a agonia de batizar um programa. Que nome devo dar ao dito cujo? Este era o dilema. Depois de uma semana pensando é que saiu alguma coisa. Romildo Nascimento quando soube do nome, disse: "Rapaz, você demorou, mas o nome é show". Então, neste horário de 09:00 as 10:00 da manhã, ficamos três meses. Tivemos música ao vivo, participação efetiva dos ouvintes, notícias e um show de variedades.

Em 2011, já no segundo ano de jornalismo, inventei de inventar o "Cidade.com", na Rádio Cidade AM, aos sábados das 15:00 as 16:00. Um programa bem-humorado, com participações de convidados ilustres e desconhecidos. O programa sobreviveu de fevereiro à novembro, na Rádio Cidade e migrou para a Rádio Panorâmica FM. Também aos sábados, só que à noite, das 20:00 as 22:00. Na Panorâmica, eu já auxiliava Tião Lima, com o "Bom dia Nordeste", nas madrugadas de segunda à sábado (04:00 as 06:00) e encarei o desafio dos embalos de sábado à noite. Estamos lá até hoje, contando com a presença de estudantes de Comunicação Social e outros participantes. É uma boa pedida para quem gosta de inovação no rádio. Temos entrevistas, com anônimos famosos de Campina Grande, pessoas conhecidas, políticos, enfim, sempre com um tom bem-humorado, respeitando o entrevistado e o ouvinte.

Programa de rádio é mesmo como se fosse um filho. Tratamos com todo carinho, regamos, plantamos ,precisam de atenção e interação com os ouvintes para sobreviver. Além, claro, da parte comercial. As redes sociais estão aí para facilitar este processo interativo. Por isso, o "Cidade.com" segue, porque "Todo mundo espera alguma coisa, de um sábado à noite". E eu continuo, aprendendo com cada experiência adquirida, sentindo o elixir do rádio, que nunca morreu e nunca morrerá, haja o que houver. O rádio é o veículo de comunicação que sabe se aproveitar das novas tecnologias, para se fortalecer. Viva o rádio e viva os programas que duram mais de três meses. O quê ? Pensa que é fácil, fazer rádio hoje em dia?



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