“Ismo” é um sufixo presente em várias palavras da Língua Portuguesa, que chegou ao nosso idioma através do latim “ismus”. Usado normalmente para descrever filosofias, teorias, religiões, movimentos sociais, artísticos e comportamentos. Sendo assim, ao analisarmos a origem etimológica e morfológica do vocábulo dinizismo, chegaremos a algo como a filosofia de Diniz. Fernando Diniz foi um jogador de futebol mediano. Nem muito bom e nem de todo ruim. Lembro dele no Palmeiras, entrando no segundo tempo e fazendo até alguns gols importantes. Atuou ainda no Corinthians, Paraná, Fluminense, Flamengo, Cruzeiro, Santos, entre outros times. Terminou sua carreira sem muito glamour e tempos depois apareceu como técnico.
Começou no Votoraty, mas foi no Audax
que passou a ser enxergado pela sua audácia e coragem, que na maioria das vezes
fazia com que o seu time perdesse, mas sem abrir mão de sempre sair jogando,
colocando a bola no chão, um verdadeiro inimigo do chutão. E ai de quem ousasse
desobedecer o psicólogo, que talvez em dias de jogo, precise mais do divã, do
que os seus pacientes imaginários. Cara feia quando toma gol, xingamentos em
excesso e aquela imaturidade ao se referir ao seu comandado Tchê Tchê como
perninha, mascaradinho e ainda brincar de tomar água na cara do jogador Luciano do São Paulo, em plena área técnica. Como analisar este
perfil?
Porém, a teimosia em sair jogando na
pequena área, ter obsessão pela posse de bola, como o Barcelona de Guardiola e
a Seleção Espanhola de 2010, fizeram com que rapidamente o treinador se
tornasse o queridinho da imprensa esportiva brasileira. Um herói sem títulos.
Ganhou o primeiro de, mais ou menos expressão, este ano – o Cariocão. Algo que
Abel Braga já tinha feito em 2022, sem tanto estardalhaço da mídia. E olha
que o Flamengo, vice nas duas ocasiões era bem melhor na primeira derrota. Mas, eis que o clamor por Diniz
na Seleção Brasileira, que começou baixinho, foi ganhando proporções
gigantescas, ao ponto de torna-lo blindado de críticas, Se o Fluminense ganha,
mérito dele, se perde, foi porque os jogadores não conseguiram assimilar a
ideia do professor. Não compraram-na.
Com o veterano Vanderley Luxemburgo, a história é bem diferente. Ultrapassado, para muitos, apesar dos inúmeros troféus conquistados, não sabe falar o
futebolês em sua nova ortografia, baixando e subindo as linhas, na transição do último terço do campo. Só entende de chutão e mandar fazer o facão. Apesar
disso, na arena Corinthians, deu Timão, na última rodada do Brasileirão, diante
do Fluzão. O retrógrado superou o melhor técnico do Brasil. Ah! Lembrei que o
homem estava suspenso, então não teve culpa. Se lá estivesse, teria sido
diferente.
Dinizismo rima com jornalismo, que tem
entre muitas teorias, a do agendamento. Ela estuda a capacidade que os meios de
comunicação possuem de enfatizar algum tema. Analisa a importância que a mídia
tem ao aproximar o indivíduo de uma realidade distante da sua. Precisamos de
senso crítico para conseguir analisar as situações independente da blindagem
midiática. Seja no futebol, ou na política, com o Lulismo, Madurismo ou Bolsonarismo.
Fernando pode um dia vir a ser o que muitos já acham que ele é. Basta seguir o
seu caminho com profissionalismo, companheirismo , sem revanchismo, ativismo,
achismo, perfeccionismo, preciosismo e Totalitarismo. No momento certo, todos
poderão enfim fazer o F em paz.
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