O MAIOR DA PARAÍBA


Quais são os critérios e requisitos capazes de classificar um time de futebol como o maior do estado? Esta é uma reivindicação antiga, que nos últimos anos tem ganho espaço e vociferação nas redes sociais. Antigamente, a conversa acontecia nas esquinas, nos corredores das escolas, no ambiente de trabalho, calçadões e praças. Não era fácil enfrentar aquelas segundas-feiras e dias de pós-jogo repletos de gozações e zoeiras. Agora, no ambiente virtual, as postagens não se apagam e refletem o que há de mais intrínseco nas personalidades ora brincalhonas, ora raivosas, agressivas e intolerantes. 

Afinal, quem seria o maior da Paraíba? Botafogo, Treze, Sousa ou Campinense? Se nos basearmos em títulos, o time de João Pessoa tem trinta conquistas de campeonatos estaduais. Ainda se gaba de ter vencido o Flamengo de Zico, em pleno Maracanã. É também o Campeão Brasileiro da Série D. Respeite a autoridade! O Campinense aparece na segunda colocação no ranking de conquistas. Vinte vezes deu a volta olímpica nos certames estaduais e é o único time paraibano campeão do Nordeste. Hexa é luxo! Já o Treze, tem 15 títulos de Paraibano. Invicto, só papai Galo. Título conquistado em 1966. Existe também a reivindicação da Série B do Campeonato Brasileiro, mas a CBF não reconhece oficialmente e tem mais gente nessa disputa. O Sousa, de Aldeone, levou em 1994 e 2009, naquele fatídico e extasiante Amiganazo e só tem 29 anos de fundação.

Como futebol é momento e estatísticas não adentram no gramado, é possível que defendamos outra abordagem na hora de classificarmos uma equipe como a melhor ou maior. Até 2022 não haverá seleção melhor do que a França, apesar dos cinco títulos do Brasil. Somente no ano que vem, o Flamengo será superado ou talvez renove a sua hegemonia nacional momentânea. Da mesma forma, o Liverpool, que é considerado o principal clube do mundo. Quem quiser se tornar o melhor da Paraíba, precisa envidar todos os esforços e sacrifícios nesta semana que se inicia. O Galo da Borborema se apega a um histórico recente de superações para inverter, como diria o saudoso Humberto de Campos, um resultado com status de desanimador. O Campinense necessita fazer o uso do clichê respeitoso de que a semifinal é um jogo de 180 minutos. Para o Sousa, tudo pode acontecer. Já o Belo, pode desfrutar de todos os bônus advindos de um favoritismo que parece não ter fim.

São apenas conjecturas. Com o campeonato de 2020 acabando, em breve saberemos quem poderá desfilar com o ônus de vencedor. As quatro equipes se assemelham em vários aspectos e se nivelam em determinadas situações. Fatores como: gramado, motivação, vontade, incentivos, entrosamento, capacidade técnica, física, tática, comando, liderança, salários e gratificações em dia, tradição, rivalidade irão fazer a diferença e finalmente saberemos quem é o melhor, o maioral, que vai ostentar este título pelos próximos meses. Porém, o torcedor é dono da razão e da paixão e pode sempre classificar o seu time como o melhor do universo. É um direito dele. Torcedor, que por enquanto não pode ser testemunha ocular in loco, segue sendo virtual, assim como o Botafogo de João Pessoa, que para muitos é o virtual campeão. Quem quiser superar o Belo terá de fazer algo muito diferente do habitual. Caso contrário, teremos um tetra rumo ao hexa e quem sabe até, invicto, 44 anos depois. 



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