Aquele gol foi inesquecível. Folha seca, cobrança magistral, com categoria, colocada com as mãos nas redes inflexíveis do Amigão em 1989, diante de um goleiro que tentou desviar com o olhar. Ao longo desses anos muitos craques alvinegros fizeram chover no time do São José. Neto Surubim, Rocha, Eduardo que virou Chico, Zé Galego, Iedo, Anderson que deixou a torcida do Corinthians estupefata, o cirúrgico Val Pilar, Beto, Márcio Alemão e Adelino da Copa do Brasil, sem esquecer de Capitão, que assustou Rogério Ceni, Rodrigo Tabata, Marcelinho Paraíba, herói do acesso, o ex- algoz Frontini, Breno Calixto, Douglas Lima, entre tantos outros.
Fantasmas foram exorcizados. O Sousa em 2009, Auto Esporte de 1990, o Botafogo em 2013 e 2017. Dessa vez, não. O espírito de luta de Breno Calixto e a eficiência de Moacir Júnior, somadas à força do conjunto unitário impediram mais uma decepção da torcida virtual e mais real do que nunca. Não podia aglomerar, mas muitos não resistiram. Tomara que o ímpeto e a empolgação tragam a imunidade necessária, repleta de vacina e vitamina C no Brasileirão. O momento é favorável e o ambiente propício à realização de um trabalho com a empolgação que somente um título importante traz.
Confiança é meio caminho andado. O campeão voltou. O respeito também. O futebol nestes tempos difíceis, tem sua missão. Não está, nem de longe, parecido com o que estávamos acostumados a ver. Sem torcida no estádio, sem pressão, nada de incentivo, vaias, gritos, xingamentos, o fator casa já era. Mas os campos não se tornaram totalmente neutros, pois fatos inusitados seguem a assombrar os desavisados. É mister se adaptar ao míster que temos. O Salgueiro, mostrou que si si puede em Pernambuco. Os galegões impiedosos comeram o bigode de Messi com cana, na Champions League.
O Vasco com 100% de aproveitamento no Brasileirão e o Flamengo caindo pelas tabelas. Por que o Treze não pode se aventurar na Série B, também, ano que vem? Começa amanhã, a caminhada, no Recife, que fica a 123 quilômetros de Surubim, peixe de carne macia e saborosa. Em 1999, Valério e Felinho escreveram seus nomes no mundão do Arruda. Servirão de inspiração como um gol de falta de Neto. Futebol e São João estão diferentes. É bom tomar cuidado com o Galo forrozeiro e aglomerador da Madrugada.
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