Pelas redes sociais, muitos torcedores do Botafogo chamam o estádio Amigão de "salão de festas". O retrospecto recente é favorável aos pessoenses mesmo. Puxando pela memória, creio que a última derrota deles em solo campinense, jogando clássicos, foi na primeira partida da final do Paraibano 2018 para o Campinense. Não sei nem se deveria considerar essa estatística , porque naquele tempo a cartolada estava desenfreada nas operações, mas independente disso, vem sendo difícil, principalmente para o Treze, superar o time da capital. Sem contar as voltas olímpicas que já deram no Ernani Sátyro. Ah! Mas a Perilima beliscou o Belo , que inventou de poupar jogadores e se deu mal.1x0, "na taioba", em jogo do campeonato estadual desse ano.
Quando a partida de sábado terminar, o que veremos? Alívio, sentimento de dever cumprido - apesar de todas as dificuldades, expectativa de dias melhores, emoção, choro, sorrisos, abraços, joelhos no gramado e mãos para o alto, preces, agradecimentos, ou aquele silêncio sepulcral e resignado novamente, sendo interrompido pelas vozes de poucos ? Só um dos dois irá alcançar o seu objetivo. Ou pode ser até que ambos fracassem. A não ser que o simples fato de rebaixar o rival sirva de consolo, caso não haja a possibilidade de se classificar. Depender dos outros no último capítulo nunca é recomendável. Talvez o nível de voracidade e ferocidade, do Treze, ao lutar por um objetivo que remete à questão de sobrevivência, possa ser o diferencial. Entretanto, o Belo pode se aproveitar disso por se tratar de um clássico.
Se fosse contra qualquer outro adversário, a abordagem poderia ser diferente. Porém, isso certamente será um fator a mais a ser superado pelo Galo,que tem em seu comandante, Celso Teixeira, um dos principais responsáveis pela redenção pouco esperada do time, logo no final da caminhada. Ver um treinador experiente e experimentado no futebol , se ajoelhar na arquibancada do estádio Presidente Vargas, visivelmente emocionado, amparado nos ombros do torcedor, demonstra toda a capacidade motivacional do líder e o seu envolvimento no projeto. Lembro que em 2017, no Clássico dos Maiorais, ele já tinha ido literalmente, para os braços da galera, quando foi expulso. Do outro lado, Evaristo Piza não possui o mesmo retorno, no que se refere à confiança da torcida e está longe de ser unanimidade, também na imprensa.
Se o Treze permanecer na Série C, rapidamente esse ano será esquecido e não haverá tempo para lamentações. Apenas comemorar as sobrevivências, já que o aperreio também foi grande no Paraibanão. O vexame poderia ter sido mais catastrófico. O alívio momentâneo acontece quando se tem a oportunidade de chegar no último jogo dependendo de si. Não se sabe o que poderá suceder no confronto do Globo contra um ABC, já rebaixado. Sendo assim, é preciso mais um esforço. Talvez o maior de todos, para que a recompensa seja capaz de mudar a história do time num futuro bem próximo. Independente do que acontecer, em termos de resultados, essa partida terá , sem dúvida, um lugar guardado na memória do torcedor paraibano por muitos anos. Assim como o gol de falta de Neto Surubim, em 1989, as metralhadas de Vavá em 2011 e o oportunismo de Rafael Oliveira em 2017. Afinal, quem poderá chamar de salão de festas o Colosso da Borborema, naquele que pode ser o último ato de 2019?
Comentários