O
goleiro do Murici parecia que era o presidente do time. Sua liderança era mais
espontânea do que a do próprio treinador. Jogava com a intensidade de um
peladeiro. Orientava, xingava, esbravejava, reclamava do árbitro e fazia cera.
Quantos minutos ele não ganhou em cada defesa seguida de contusões "fake
news"?
O
goleiro do Murici queria pelo menos um empate. Ou melhor, queria os três
pontos. Sua equipe não merece o "guarda-valas" que tem. Lembra um
pouco o filho de Pelé, Edinho, ex-Santos, que jogou na década de 1990. Baixa
estatura e muita desenvoltura, raça, coragem e vontade de vencer.
O goleiro do Murici tem uma gana que poderia não ser justificada. Afinal, sua equipe não ganhara de ninguém na
competição. O material esportivo dos caras é simples, humilde, sem o peso do
manto do adversário. Não fosse por ele, mais uma goleada seria anotada.
Parabéns,
goleiro do Murici! Deveríamos ter mais profissionais como você no futebol. Nem as
adversidades e limitações financeiras o fizeram desanimar. Foste o grande vencedor da
partida. Somente um "chute" de cabeça poderia vencê-lo
naquele fim de tarde. Ao pegar a pelota nas redes do Amigão, um bico na bola foi o seu desabafo. Se o Campinense quer mesmo ascender à Série C, mire o
exemplo daquele simples arqueiro. Léo é o nome dele. Só não precisa cair tanto. O momento é de subir.
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