Quando começa o ano, os mesmos rituais se
repetem. Além dos tradicionais desejos de que uma nova etapa se inicie com
saúde, dinheiro, paz, felicidade e conquistas, há, principalmente entre o povo nordestino, a
expectativa de que se tenha um "inverno" satisfatório, com chuvas
pelo menos dentro da média histórica. Mesmo que dias depois, tudo seja
esquecido e deixado de lado, só a chegada de um novo tempo, faz com que o
cronômetro seja zerado e o passado momentaneamente é esquecido.
No futebol, não é diferente. Os dissabores,
contrariedades, frustrações, são digeridos no segundo semestre e depois
colocados de lado. Quantos torcedores até desabafam nas arquibancadas dizendo
que não vão mais a campo, não gastarão mais dinheiro com ingresso para ver essas
"desgraças" jogarem? Com o passar dos dias, a raiva vai diminuindo e
sendo substituída pela saudade. Chega o domingo à tarde e não tem nada para se
fazer na cidade. Só o shopping e gastar o dinheiro cada vez mais escasso. É
a crise! Bate aquela saudade do estádio Amigão...
Aí vem a falta do Presidente Vargas também.
Memórias dos clássicos e até dos times de menor porte que vez por outra
aprontam por aqui. Então, algum fato novo é criado para "iludir", no bom sentido,
o torcedor. Um treinador famoso, um jogador de peso, mesmo que veterano, uma
reforma aqui e acolá, uma camisa nova, um discurso pretensioso e está feito.
Esse ano vai ser diferente! E mesmo que ao final do primeiro semestre,
tenhamos mais decepções e desilusões, outra vez, em meados de novembro e
dezembro, estaremos novamente renovando os anseios de que um futuro melhor há
de vir, embora a realidade dura e cruel teime em mostrar apenas o
contrário.
basilio-neto@hotmail.com
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