Foto: Cláudio Goes
BASÍLIO NETO
Não é de hoje que eu escuto queixas de torcedores do Treze, afirmando que a imprensa esportiva de Campina Grande é predominantemente raposeira. Pior que essa ideia já entrou no inconsciente de muitos. Tem narrador de rádio que se preocupa em cronometrar o grito de gol e a intensidade, para que não possa parecer que ele é de um lado ou de outro. É evidente que cada um tem as suas preferências, mas antes disso, vem a questão da sobrevivência. De forma unânime, acredito que o pensamento comum de todos que militam na cidade é, ou deveria ser, que as duas equipes estejam em evidência para que possam ter um calendário repleto de competições o ano inteiro.
Não é de hoje que eu escuto queixas de torcedores do Treze, afirmando que a imprensa esportiva de Campina Grande é predominantemente raposeira. Pior que essa ideia já entrou no inconsciente de muitos. Tem narrador de rádio que se preocupa em cronometrar o grito de gol e a intensidade, para que não possa parecer que ele é de um lado ou de outro. É evidente que cada um tem as suas preferências, mas antes disso, vem a questão da sobrevivência. De forma unânime, acredito que o pensamento comum de todos que militam na cidade é, ou deveria ser, que as duas equipes estejam em evidência para que possam ter um calendário repleto de competições o ano inteiro.
Vou falar por mim agora. Eu, assim como os demais colegas, tenho o
meu time para torcer. Só que antes mesmo de entrar na faculdade, já passei a
adotar uma postura de maturidade futebolística. Ia ao estádio em jogos dos dois
e torcia mesmo na arquibancada pelo sucesso de ambos. Foi assim na Série C de
2003, na Copa do Brasil de 2005, na Série B de 2009 e em outros certames.
Sempre cultivando um sentimento espontâneo de bom moço, ao querer que aquele
que estiver em situação menos confortável, supere o rival e ambos andem lado a
lado, ou próximos, se possível. Aí sim, em posição de igualdade, enfim, a escolha que foi feita no final da década de 1980, pode se manifestar sem culpas.
No destino de torcedor Robin Hood, nunca gostei dos incômodos
tabus. Nessa quinta (20), mais um foi desintegrado. Ao mesmo tempo, que surgiu
outro. Sei que não estou sozinho nesse modo estranho de torcer.
Entretanto, os profissionais que não adotaram esse estilo de vida, sem peso na
consciência, precisam bolar uma estratégia que faça com que suas preferências
não sejam notadas e percebidas. Dizem que nos grandes centros do país, todos
sabem os times para os quais os jornalistas torcem, mas aqui na Rainha da
Borborema, se o cara sair revelando fica logo mal visto pelos simpatizantes do
time adversário. Não é recomendado.
Eu também considero uma bobagem, o camarada depois de abandonar a
arquibancada e passar a frequentar as cabines e orlas dos gramados, não colocar
de lado as paixões do passado. É entrar em conflito com seus próprios
interesses. O que importa nesse mundo de ilusões reais é levar ao torcedor
informações que o fidelizem como ouvintes, leitores ou telespectadores e nutram
a sua paixão clubística. Outro fato a ser levado em consideração, é que imprensa
não ganha nem perde jogo. Se o time é bom, supera até - quando possível - os corriqueiros erros de arbitragem. Todos esses fatores extra-campo, favorecem
ao profissional do microfone ou do teclado, a erradicarem de vez o seu lado
torcedor, deixando ele escondidinho e pronto para aparecer na hora
oportuna.
basilio-neto@hotmail.com
@basilionetoo
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