(Foto: GE PB)
Eu não costumo criticar esse tipo de atleta, que balança as redes uma vez e perde outras dez oportunidades, no decorrer dos noventa minutos. Isso mostra o senso de colocação do atacante, que faz com que a bola “o
procure". No último jogo mesmo, Augusto foi decisivo para a vitória do seu
time. Não existe Romário, Pelé ou Neymar que converta todas as tentativas. Se
fosse assim, teríamos sempre placares elásticos. Mas, eu também entendo os
críticos das cabines e arquibancadas. O que causa um clamor popular, são as
chances desperdiçadas de forma bizarra e infantil. Aqueles gols que até nossas
avós fariam.
O cara que mais sofreu com esse tipo de crítica em Campina Grande
foi Adelino. Campeão vestindo as cores do Treze e do Campinense, na década de 2000, nutria no
coração do torcedor um sentimento dividido entre o amor e o ódio. Quantas
vezes presenciei na arquibancada do Amigão algum torcedor mais alterado queimar
a língua nesse modelo: "Adelino, miserável! Peste bubônica, triste da
pancada do sino, infeliz das costas"... Antes de pronunciar o ocas,
referente às costas, o xingamento era substituído pela vibração por um gol e o
coro tomava conta do estádio: "ele é sinistro, é goleador, Adelino é
matador".
Por isso mesmo, todo cuidado é pouco na hora de criticar um
jogador do padrão Adelino. Augusto tem potencial e ainda vai crescer muito em sua
carreira. O sujeito fez um hat-trick contra o Auto Esporte, dois contra o Inter e
está sempre aparecendo com perigo na área adversária. Jogador que faz gol tem
sempre o meu respeito. E outra virtude o atacante rubro-negro mostrou
após a partida. Depois de marcar um golaço contra o Colorado pessoense, ele admitiu que foi sem querer, que
tinha tentado cruzar. "Não vou mentir. A minha intenção era fazer o
cruzamento", confessou Augusto. O moleque vai longe. Ele também é
sinistro e goleador.
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