Federer pode voltar a ser número 1 do mundo?


POR DANIEL CASTRO

Aos 35 anos, Roger Federer retornou às quadras em um nível acima do que seus fãs mais devotos poderiam esperar.
campeão do Aberto da Austrália conquistou neste domingo (19) o Masters 1.000 de Indian Wells de forma impecável ao vencer a final contra Stan Wawrinka por 2 sets a 0 (6/4, 7/5). Ele não perdeu sets e só foi quebrado uma vez no torneio, justamente na decisão.
Em 2017, o maior vencedor de Grand Slams da história já somou 3.045 pontos. O tenista com o segundo melhor desempenho no ano é Rafael Nadal (1.635), seguido por Wawrinka (1.410). Andy Murray é o décimo nessa lista, e Novak Djokovic, o 18º.
O suíço voa ao mesmo tempo em que vê os maiores rivais patinarem. Líder e vice-líder do ranking, Murray e Djokovic não passaram das oitavas de final em Melbourne e em Indian Wells. Também não passarão no Masters de Miami, já que os dois desistiram do torneio por causa de lesão. Curiosamente, o problema de ambos é no cotovelo direito.
A inversão de expectativas fez surgir uma pergunta, ainda tímida, mas que promete ser repetida com frequência se o cenário atual persistir nos próximos meses:
Federer pode voltar a ser número um do mundo?


Para este blogueiro, sim. Antes de justificar a resposta, é importante deixar claro que ele não precisa provar mais nada no circuito. Se é o 17º do ranking, como era antes do Aberto da Austrália, ou o sexto, como será nesta segunda (20), pouco importa. Voltar ao topo, porém, seria mais um feito histórico na carreira do suíço. Por isso o tema merece ser discutido.
A distância para Murray ainda é grande, quase 8.000 pontos, mas o calendário e o momento permitem que Federer sonhe alto. Até o fim do ano, ele terá que defender poucos resultados: quartas de final em Monte Carlo, oitavas em Roma e semis em Sttugart, Halle e Wimbledon.
Já o britânico tem pontos de oito títulos em jogo. Até Roland Garros serão uma semi (Monte Carlo), dois vices (Madri e o Slam francês) e uma conquista (Roma). Campeão em Paris, Djokovic ainda tem dois títulos de Masters (Miami e Madri) e um vice (Roma) nesse período.
Federer afirmou que só anunciará seu calendário no saibro depois de Miami. Independentemente de quantos torneios ele disputará na temporada, a tendência é que some pontos e veja os adversários perderem. Se a diferença será suficiente para levá-lo à liderança novamente ainda é cedo para dizer, mas o alto nível do seu jogo e a inconstância dos rivais são motivos para deixar os fãs do suíço otimistas.
Ele falou sobre essa possibilidade após vencer sua semifinal na Califórnia. Como esperado, foi cauteloso e disse que precisaria conquistar no mínimo mais um Slam, tarefa sempre difícil, mas perfeitamente possível (alô, Wimbledon).
É provável que Federer minimize a chance até que ela seja matematicamente possível. Porém, se essa hora chegar e ele estiver perto de quebrar o recorde de mais velho número um (de André Agassi, aos 33 anos e 13 dias em 2003) do ranking masculino, será difícil segurar a lenda.

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