O "PESTE" DO SOARES

(Foto: EFE)

Vi Soares jogar uma vez, contra o Treze no Estádio Presidente Vargas, em 2014. Atuando pelo CSP, o centroavante marcou um dos gols da goleada de 4x1 sobre o Galo. Eu estava trabalhando na ocasião, como repórter de pista para a rádio Correio FM. A derrota custou a eliminação do time de Campina Grande no campeonato estadual . Depois disso, o Treze contratou o seu algoz para as disputas da Série C do Campeonato Brasileiro, naquele mesmo ano. Pense aí numa aquisição que deu errado. O cara jogou mal demais. Mas, muito ruim mesmo. A torcida não perdoava cada tentativa frustrada do matador ( de raiva) e o Alvinegro acabou sendo rebaixado para a Série D de 2015.

Nem três anos se passaram e hoje onde está o craque do CSP e "jogador de várzea" do Treze? Brilhando no Porto de Portugal. Sendo considerado o novo Hulk. Dá pra tu? Lá ele é conhecido como Tiquinho Soares. Em dois jogos já marcou três gols e caiu nas graças dos nossos irmãos lusitanos. Francisco das Chagas Soares dos Santos é sertanejo de Sousa e tem 26 anos. Já jogou no América de Natal, CSP, Corinthians de Alagoas, Palmeiras das Rocas-RN, Sousa, Botafogo, Treze, Cerâmica-RS, Nacional de Portugal, Vitória de Guimarães e foi parar no Porto, numa transação de R$ 3,5 milhões de euros, com um contrato válido até 2021. O sertanejo valente e lutador, deu a volta por cima e agora é a nova sensação brasileira na Europa.

São as lições que o futebol nos dá. Inclusive, tem uma lenda que os torcedores de Treze e Campinense espalham, sobre jogadores que não conseguem render nos times da Rainha da Borborema, o que jogam em outros times. Lembro-me de Aílton, paraibano de Mogeiro. Uma verdadeira lenda na Alemanha, onde atuou por seis anos, no Werder Bremen. Na temporada de 2003/2004 ,marcou 28 gols na Bundesliga, foi artilheiro e considerado o melhor jogador em atividade no país. Em 2009, aos 36 anos, ele veio jogar no Campinense. Fez um golaço contra a Perilima, mas ficou só nisso mesmo. A torcida não foi com a cara dele, o chamava de vaqueiro. Era um drama na vida do jogador em fim de carreira, que já não era o mesmo do passado e não obteve nenhum resquício de confiança para poder continuar na Raposa. 

Será que essa máxima, de fato existe ? Jogar em Campina é realmente mais difícil? Pelo menos Marcelinho Paraíba está conseguindo ser exceção à essa regra. Quanto à torcida local, acho que ela não tem muita paciência com quem quer que seja. Balançou as redes, é o melhor do mundo. Se decepciona, é uma peste, infitete, murrinha, desgraça... Sobra até para quem faz um gol, mas perde dois, como era o caso de Adelino, que brilhou nos dois maiorais da serra. Definitivamente, estamos diante de um caso que precisa ser estudado com o aprofundamento devido. 


(Foto: soesporte.com.br)





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