PINILLA, MICALE E A LEI DE MURPHY

Montagem: Ane Isabele

Quando eu o vi pela primeira vez, numa coletiva, achei que ele tinha cara de um ministro - da Fazenda, talvez. Não possuía aquele jeitão de "boleiro". Mas, juraram que ele era bom com categorias de base e que tinha o grupo na mão. Entretanto, quando o gol não sai e o jogo da Seleção Brasileira não flui, a gente procura logo olhar para um possível salvador da pátria. Aí me surpreendo com a figura do ministro no banco, sentadão, como que não é com ele. No Brasil, treinador joga com o time e mesmo sendo goleado, permanece na área técnica, dando uma espécie de apoio moral, cobrando e tentando de alguma forma, interferir no rendimento dos jogadores. 

Depois do empate contra o Iraque, eu fico a imaginar que se tivesse uma seleção mais arrochada nessa Olimpíada, poderia esculhambar de vez a nossa já desmoralizada Canarinha. Se for para passar vergonha de novo, é melhor ser eliminado logo na primeira fase e esquecer essa utopia dourada. Assim como aquela bola na trave aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação, poderia ter consagrado o atacante chileno Pinilla e nos livrado da lapada para a Alemanha, que nunca será esquecida. Outro empate diante do Canadá, sem gols, para acabar de vez com esse sofrimento, seria o mais indicado, para quem pode esperar o pior pela frente: ficar pela primeira vez sem participar de uma Copa do Mundo. É a Lei de Murphy se tornando realidade no futebol brasileiro.


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