Essa foi a frase escolhida pelos
trezeanos para tentar justificar o fracasso no Campeonato Paraibano de 2016,
que foi conquistado com justiça pelo Campinense. O pior é que muitos torcedores
do Galo conseguem se confortar com um argumento pobre e incompatível, apesar
de ser uma realidade histórica, que em nada pode trazer benefícios para o
presente. O Campinense tornou-se bicampeão estadual jogando com lucidez e forte
poderio técnico e tático. O elenco raposeiro ,mesmo
quando precisava trocar algumas peças , apresentava um padrão de jogo que em pouco ou nada era
alterado. A missão que se apresenta daqui por diante é um pouco mais árdua: Série D do Brasileirão, ou seria Brasileirinho? Ser campeão paraibano é sempre
importante, ainda mais quando se ganha do Botafogo, que nos últimos anos tem
colhido resultados importantes, em nível nacional. Mas de nada adiantará o
esforço, se no ano que vem, mais uma vez precisar matar ou morrer para figurar na
quarta divisão.
Aliás, apesar dos três títulos estaduais e uma Copa do Nordeste conquistados em sua prolongada gestão, o presidente William Simões deve algo para a torcida raposeira. Quando assumiu a equipe em 2011, o mandatário
recebeu o time na Série C. Depois do rebaixamento na terceirona, o retorno ao patamar de outrora ainda não aconteceu. Uma eliminação
para o Baraúnas-RN, quando ficou a apenas uma vitória do acesso, fracasso diante
do Operário-PR nos pênaltis e outros reveses se avolumam. Não é possível que em 2016, seja algo de
outro mundo a conquista do direito de figurar entre o seleto grupo de
agremiações da categoria C. Acho que o início da Série D já soou meio estranho
para o time de Campina Grande, porque mesmo sabendo das dificuldades existentes
nesse tipo de campeonato, os cartolas rubro-negros resolveram poupar o time
contra o Murici de Alagoas e já levaram a primeira pisa. Pode ser que esses
pontos façam falta no final.
Pelo menos, a derrota na estreia pode ter
servido para acabar com a expectativa de invencibilidade. Resta agora, fazer o
velho dever de casa em seus domínios e arrancar um ou dois empates fora.
Enquanto isso, o Campinense sabe que não poderá contar com a torcida e apoio
dos rivais trezeanos - o que não deixa de ser uma observação óbvia. O
interessante nisso tudo, é saber que nas derrotas e vitórias de cada um dos
maiorais, sempre haverá uma ligação tênue entre ambos e um argumento para
tentar aliviar o fracasso e não deixar o outro se destacar. Essa
relação tão forte que existe entre raposeiros e trezeanos me faz pensar se um dia
seria possível uma fusão entre os dois, como já ocorreu em alguns
times do Brasil. O antigo Campinense ganharia um outro estádio para jogar, o velho Treze treinaria
no Renatão e o resultado seria uma torcida duas vezes maior , com o fim de uma
rivalidade que muitas vezes tem sido sinônimo de violência. Que tal: Campina Futebol Clube, Trezinense, Rapogalo...
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