E AGORA, TREZE?

Foto: https://www.facebook.com/TrezeFcOficial

Um time de futebol encerrar as atividades em pleno mês de abril, é o que de pior pode acontecer para a sua torcida. Ter de suportar as provocações do torcedor rival, que para deixar tudo ainda mais amargo, vive um estado de graça, agrava mais a situação. As famílias que dependem do salário daquele funcionário fiel, prestador de serviços ao clube, também são atingidas de maneira abrupta.É complicado ver uma equipe da grandeza e tradição do Treze, apresentar um saldo tão negativo , como aconteceu em 2016. Digno de um coadjuvante , que participa do Paraibano apenas para não fazer feio. A estreia com derrota em casa para o Sousa, já era o prenúncio da mediocridade que estava por vir. Mas de quem é a culpa? De ninguém! Futebol é um jogo e se no elenco não há qualidade , não existe mágica para trazer os resultados esperados.

Entretanto, o lado bom dessa "tragédia", existe. Já que não vai haver campeonato para se disputar, também não há folha de pagamento para honrar. Há momentos em que é melhor sair de cena do que forçar uma situação praticamente impossível, como aconteceu quando o Sousa desistiu de participar da Série D e o Treze assumiu a vaga, sendo eliminado na primeira fase. Outro fato também me impressiona. Nos últimos anos, Treze e Campinense, nunca conseguem formar simultaneamente dois times qualificados e competitivos. Quando um vai bem, o outro aparece mal das pernas. O Galo está há três anos sem vencer a Raposa. Porém, num retrospecto recente, um tabu semelhante foi registrado. Entre o dia 1 de março de 2009 e 1 de abril de 2012, o Alvinegro ficou dez partidas sem perder para o Rubro-Negro, com quatro vitórias e seis empates. O maior jejum de vitórias aconteceu na década de 1970 , quando o Campinense ficou 25 jogos sem perder um clássico. (http://soesporte.com.br/classico-dos-maiorais-registra-recorde-de-publico-e-100%C2%AA-vitoria-da-raposa/)


Por mais que muitos de nós queiramos os dois bem ,representando com honra e dignidade o nome da Paraíba, a realidade é diferente. Velhos personagens, figuras conhecidas da imprensa e do torcedor, vez por outra reaparecem e trazem consigo os seus fantasmas. Observando a apatia dos jogadores do Treze, no último clássico, apenas me concentrei em olhar para o uniforme galista. A perda de identidade é marcante, quando uma torcida grita: "Eu acredito", mas no subconsciente os jogadores não pensam igual e refletem o olhar , o semblante de derrota e as palavras de conformismo proferidas pelo seu comandante. Ouvi alguém dizer certo dia, que Campina Grande era para ter apenas um time, talvez com a fusão dos dois. Não quero acreditar que isso um dia vá ocorrer. Apenas torço para que o sucesso do Campinense, que pode ser consolidado em 2016, sirva de inspiração ao Treze, para que não aconteça o que houve com o clássico de João Pessoa. Apenas na história e na memória dos antigos, ele ainda existe. Contudo, as arquibancadas vazias de um dos lados clama e torna evidente o paradoxo.

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