A HORA DA HUMILDADE

Foto: Ascom Campinense Clube

Parecia que o Amigão seria palco para mais uma decepção, que entraria para o vasto hall de fracassos recentes dos times de Campina Grande, em seus domínios. Com os dois gols marcados, o Salgueiro estava conquistando o seu objetivo: levar a decisão para os pênaltis. Minha memória tratou logo de puxar para os dias atuais, a derrota diante do Mixto-MS em 2009, pela Copa do Brasil e o fracasso também na marca da cal, contra o Operário-PR, pela Série D de 2015. Só que aos 35 minutos do segundo tempo, Adalgiso Pitbull fez o gol da classificação às semifinais da Copa do Nordeste.

Jogar contra o mesmo adversário quatro vezes na competição e ter vencido as três primeiras partidas, fez com que um ambiente perigoso fosse formado antes mesmo do início do confronto. A torcida em êxtase, na expectativa de que o feito de 2013 se repita, aplaudia até cobrança de lateral. Posso estar enganado, mas o Campinense deixou o tão temido "já ganhou", sempre presente nas entrevistas dos jogadores, contagiar o grupo. Claro que existe o desgaste físico e todos os fatores que não convencem muito após uma derrota, mas a lição que fica com a quebra da invencibilidade do time de Campina Grande em 2016, é que é preciso trabalhar com a nossa realidade.

Depois do título da Copa do Nordeste, há três anos, começaram a dizer que a Raposa estava jogando com um ar de Barcelona, estilo tic- tac. Muita gente "comeu a corda" e os meninos da Bela Vista foram enfrentar o Treze pelo Campeonato Paraibano. O Galo era o lanterna da competição e goleou a Toda Poderosa com um impiedoso 4x0. O Alvinegro não conseguiu mais vencer o rival depois daquele dia e até hoje está pagando o preço através de um tabu incômodo. Ainda em 2013, o Rubro-Negro teve pela sua frente o Flamengo, na Copa do Brasil. O time de Oliveira Canindé, com "peito de pombo", achava que os cariocas não metiam tanto medo assim. Não fez feio, perdeu as duas por 2x1, mas é preciso que a lição seja aprendida e a soberba do passado não seja reeditada.

O jogo desse domingo (3) foi um aviso. O Campinense precisa ser humilde e nessa próxima etapa, jogar o favoritismo para o Sport - campeão brasileiro de 1987 (me perdoem os flamenguistas) e da Copa do Brasil de 2008. O experiente Geninho, treinador do ABC, afirmou que Francisco Diá tem em mãos um time "arrumadinho", mas que terá ainda que superar as tradicionais equipes do Nordeste: Sport, Bahia e Santa Cruz, para mostrar que tem condições de surpreender mais uma vez e provar para os críticos que um raio pode cair mais de uma vez no mesmo lugar.



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