(Foto: Basílio Lima)
A história se repete
todos os anos na Copa do Brasil. Empolgação da torcida, massagem no ego dos
cronistas esportivos locais e a oportunidade única de ver os times paraibanos
enfrentando as grandes equipes de futebol do Brasil. O enredo é antigo: os caras
vêm do Sudeste ou do Sul, cheios de marra, com fone de ouvido, bonezinho para o lado e falando em eliminar o jogo da volta. Então, os nossos representantes se
enchem de orgulho pela "Pátria-Mãe" e embriagados de motivação, por
saberem que aparecerão na televisão em nível nacional, fazem de tudo para deixar
uma boa impressão.
Quando Treze,
Campinense ou Botafogo, montam times mais ou menos, até dá para dar uma
beliscada nos forasteiros, mas o mais comum é que uma expectativa monstra seja criada e
procedida de um balde de volume morto. Foi assim nas eliminações do
Treze contra o Corinthians (1999), Atlético-PR (2001), Fluminense (2005) e
Botafogo-RJ (2012)- todas nos pênaltis. Na trajetória dos nossos maiorais na
competição, já teve até um doloroso 10x0, quando o São Paulo ignorou as preces
do Belo da capital em 2001. O próprio Botafogo já se redimiu e limpou a sua
barra ao eliminar o Goiás, ano passado e ficou no meio do caminho, por causa do
Santa Cruz - PE.
O fato é que não sei se
irei me deixar levar novamente por essa ilusão gostosa, como aquela existente
quando o cara faz a prova de um concurso público sem o preparo necessário e
enquanto não recebe o resultado, nutre na imaginação a expectativa de poder
derrubar os obstáculos e sair vencedor do certame. Quando o gabarito é
divulgado, a realidade grita e dissipa os sonhos no apito final. Esse ano, o
Campinense foi tão valente, que conseguiu até conquistar o feito de jogar na
Arena Grêmio e perder dignamente os dois jogos. Em 2013, o Campeão do Nordeste
peitou o Flamengo e foi derrotado com um duplo 2x1. Ano passado, este mesmo placar se
repetiu, no insucesso do Treze contra o Vasco no Amigão e em São Januário, empate
em 1x1.
Já o Botafogo, versão
2015, enfrentou o seu muso inspirador carioca e também não fez feio. Ou seja, Belo
e Raposa caíram fora como sempre, mas sairam de cabeça erguida. Agora, o jeito é
voltar para a realidade do Campeonato Paraibano. Depois dele, serão
contabilizadas as "conquistas" para 2016: vaga na Copa do Nordeste e
Copa do Brasil. Quando mais uma vez seremos figurantes de um torneio que é
democrático, mas que não tolera grandes surpresas, onde não se encontra condições
técnicas para surpreender, de verdade, os poderosos do futebol brasileiro.
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