Florianópolis-SC
Foto: www.jornaldoturismors.com.br
Santa Catarina tem três times na Série A do Campeonato Brasileiro: Criciúma, Figueirense e Chapecoense. Avaí e Joinville estão muito bem encaminhados, na Série B, e podem fazer companhia aos rivais em 2015. Assisti a um programa de esportes, na televisão outro dia, e a pauta era justamente esta. Qual o segredo do sucesso desses times? Durante a explicação, o jornalista catarinense falou que as equipes prezam pelo planejamento de longo prazo, pagamento dos salários em dia e também tem outro fator muito importante. Segundo ele, os dirigentes se respeitam dentro e fora de campo. Inclusive, existe a Associação de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina, que é uma entidade bastante forte no estado.
Já na
Paraíba, a Junta Governativa tomou conta da “bagaceira”, após a ex-presidente
Rosilene Gomes ser afastada da Federação Paraibana de Futebol (até que enfim).
Só Deus sabe quando será a eleição para a escolha do novo mandatário. Enquanto
isso, as equipes não se unem e tampouco se entendem. Isto não é novidade para
ninguém. Os presidentes são adeptos do "cada um por si" e agem feito
torcedores. Este ano o Campinense foi eliminado de forma precoce da Série D e o
Treze está na beira do precipício, prestes a enfrentar o rebaixamento cara a
cara. O Botafogo foi excluído da Série C, num primeiro momento, mas ao que
parece vai permanecer e tem grandes chances de classificação à próxima fase,
desde que não amarele na reta final. Aliás, os trezeanos lembram bem dos
vacilos de Marcelo Vilar à frente do Galo, apesar dos títulos conquistados. O
caso do Araguaína em 2009 entrou para a história das decepções impostas ao
torcedor alvinegro.
O raposeiro, coitado, também sofreu muito este ano ao ver o seu time ser eliminado de forma bizarra do Brasileirinho. Quem diria que o Campinense, campeão da Copa do Nordeste em 2013, com um toque de bola à época, comparado ao
do Barcelona (de Guayaquil), agora tenha de pairar sobre o universo dos times
sem série? Não é para menos. O presidente Willian Simões, intocável em sua
posição, assumiu os destinos do time em 2010, ainda na Série C e mergulha na crise das
equipes sem expressão em nível nacional, apesar de uma história de glórias e
uma camisa de peso no cenário regional. Eduardo Medeiros, chefe do Poder
Executivo do Treze, conseguiu atingir a façanha de contratar cem jogadores e
oito técnicos em apenas dois anos à frente do Galo da Borborema sem nenhum
título conquistado. Aliás, não entendo por que tantas pessoas reclamam das
dificuldades que existem no futebol paraibano, mas nunca falta gente para querer
ser dirigente ou Presidente de Treze e Campinense.
Se o
futebol tabajarino conseguir aprender com o exemplo que vem do Sul, haverá
ainda esperança de dias melhores. Mas como disse Jackson do Pandeiro, ao que
parece a história da cantiga da perua, que é uma só “de pió a pió”, continuará
ditando as regras por aqui. A única solução é se acostumar com o que temos e
não criar expectativas. Assim, estaremos felizes com as migalhas que caem da
mesa, dos grandes do nosso futebol. Para que esquentar a cabeça, se tudo não
passa de um esporte, que sim é apaixonante, vibrante, mas que é feito
primordialmente de emoções. Quem convive no meio, precisa estar preparado tanto
para a glória de hoje, quanto para a decepção de amanhã. No caso de nós,
paraibanos, não há nada ruim que não possa piorar cada vez mais. Ou quem
sabe, o Botafogo pode ser exceção à regra, para salvar o ano e mostrar que o
ceticismo não é a melhor saída. Para quem acredita, Santa Catarina é a
protetora dos estudantes e dos filósofos. Do jeito que vai, não tem santo que
dê jeito. "Olha vamos
estudar, que é melhor".
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