É muito
comum as pessoas que não acompanham diariamente o futebol e os seus jargões,
estranharem algumas nomenclaturas, termos e expressões utilizados pela imprensa
esportiva, jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores. “Jogar fora de casa”!
Geralmente, crianças e mulheres ficam curiosos para saber o que significa isto.
O pai, às vezes, mais preocupado que o filho torça pelo seu time, do que
qualquer outra expectativa sobre o seu futuro, explica com um semblante sério
que joga em casa, quem atua na sua cidade, em seu estádio.
Então,
vemos que o futebol tem as suas nuances, crendices, frases feitas e verdades
absolutas. Algo que sempre me faz refletir e traz irresignação é a cautela e o
medo excessivos que alguns treinadores e jogadores demonstram, através de
entrevistas, momentos antes de uma partida longe de seus domínios. "É
difícil, mas não é impossível"... "Temos que respeitar o adversário,
que está jogando com o apoio de sua torcida"... “Precisamos ter cautela,
sair no contra-ataque e quem sabe achar um gol"... "Empate fora de
casa é um grande resultado". E se a Seleção da Alemanha tivesse esta
filosofia no Mundial de 2014?
Em qual
manual encontramos a orientação de que o time visitante precisa jogar com dez
linhas de quatro e se der, sair no contragolpe fulminante e onírico? Vi o
Palmeiras, de Vanderley Luxemburgo, golear o Santos por 6x0, no Campeonato
Paulista de 1996 e comecei a refletir sobre a imprevisibilidade do esporte
bretão. Somente um “dream team” pode vencer o medo advindo do fator campo? Lembro-me
da famosa La Bombonera, residência oficial do Boca Juniors da Argentina. Temida
em muitas Libertadores, até que o Paysandu conseguiu um visto de turista e
venceu os Hermanos por um a zero naquele cenário épico.
Mas, e
o Treze Futebol Clube? Ainda não venceu jogando longe do Estádio Presidente
Vargas, nesta Série C. Após a Copa do Mundo, reformulou a equipe e tem no
comandante Givanildo Oliveira a esperança de pegar carona no currículo do
professor e passear na Série B, em 2015. Só que o discurso anda meio
conservador e estamos no momento de saber se a luta é para subir ou para não
cair. Perder para o Botafogo no seu terreiro, pôs abaixo a filosofia do
respeito ao mandante. Está na hora de o Galo começar a ser um visitante
indigesto, justo contra o ASA. Aliás, o time de Alagoas vai ficar eternamente
na história do futebol brasileiro por ser o time que eliminou o Palmeiras na
Copa do Brasil de 2002 e foi jogando fora de casa.
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