A FORÇA DO PRESIDENTE VARGAS

Há muito tempo que eu não sabia o que era sentar nas cadeiras cativas do Estádio Presidente Vargas. Fim de tarde, treino do Treze, ventos alísios soprando e a lembrança de outros tempos vem à tona. Final da década de 1990. Eu gazeava algumas aulas naquela época, para ver o Treze jogar pelo Campeonato Paraibano, nas tardes de quarta-feira. A mansão alvinegra não tinha refletores e os bovinos não acumulavam tanta gordura, como hoje. 

Se comparado àquela época, hoje o PV está quase um brinco de ouro. Tudo nos seus lugares, limpeza reinando, gramado bom e regular, materiais de trabalho satisfatórios, enfim, as condições são infinitamente melhores do que as oferecidas nos idos da década de 1990. Aliás, os anos 90, não deixaram saudade aos trezeanos. Nenhum título e um rebaixamento no ano do Tetra, da Seleção Brasileira. Rebaixamento - palavra que assusta a todos nas hostes trezeanas. Por isso, a necessidade de fazer valer o fator campo na reta final da Série C, começando pelo Cuiabá.

Apesar das melhorias realizadas no velho Presidente Vargas, ao longo dos anos, vez por outra eu penso que seria melhor para o Treze, jogar no Estádio Amigão. Tudo por causa da linha tênue que existe entre o incentivo e a revolta. Nos jogos em que trabalhei pela rádio, no PV, sempre sinto esta dificuldade e nervosismo na equipe. Sem contar que ainda vou medir as dimensões do gramado dos dois estádios para saber se é verdade o que dizem, sobre a igualdade de ambos. 

Enquanto este dilema não se resolve, o Galo segue sua caminhada no Campeonato Brasileiro. Nas edições anteriores, a zona de rebaixamento serviu como combustível para duas arrancadas, que quase levaram o time à Série B. Em 2014, ao que parece, esta zona não ofereceria o mesmo progresso, haja vista a proximidade do fim da primeira fase. Então, que a força do novo PV, seja evidenciada nos momentos em que a vitória se faz tão necessária e absoluta.

Como não cubro o dia a dia do Treze, os colegas da imprensa se assustaram com a minha presença em pleno treino coletivo. Eu até ia entrevistar algum jogador para o Programa Agita Gol da Rádio Correio FM, mas se fez necessária mais uma saída não planejada. Acontece que eu já tinha visto o que eu queria e a reflexão sobre o ontem e o hoje do Estádio Presidente Vargas, havia sido feita. Tomara que o improviso de ontem, que deu lugar ao profissionalismo de hoje, seja notado também dentro das quatro linhas e que o grito que vem das arquibancadas seja de euforia e não de insatisfação, ao final dos noventa e poucos minutos de jogo. Que a união do elenco faça a força, assim como o tilintar das moedas foi capaz de proporcionar um lanche saudável aos guerreiros da imprensa campinense, numa tarde de sexta-feira no Bairro do São José.



Foto: Basílio Silva

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