Pantera, goleiro do
Campinense Clube, vem sendo vítima de um inédito bullying futebolístico. Esta
situação tem mexido com a autoestima do arqueiro rubro-negro. A torcida do
Treze, no Amigão, espera só o momento de uma falta, para começar com os gritos
irônicos de: “Pantera”. Às vezes a bola é chutada de forma despretensiosa e
mais uma vez os trezeanos fazem aquele frisson: “uhhhhhhhh”. O atleta, sempre preciso em suas entrevistas,
já mostrou o seu desconforto com a situação. Alegou que merece respeito, pois é
um dos melhores jogadores que o Campinense já teve, fez a Raposa passar de fase na Copa do Brasil contra o Sampaio Corrêa, que com ele o time já foi campeão
estadual duas vezes e conseguiu o acesso à Série B de 2009. Difícil é convencer os torcedores rivais.
O goleiro que em jornadas
passadas gritava com o time, orientava, cobrava, agora anda meio lacônico.
Pensativo, reflete na solidão de sua meta. Não esconde o descontentamento com o
time, quando das derrotas, com aquele ar de “São Marcos”, nos tempos de
Palmeiras. Desde 2008 no Campinense, Pantera já teve algumas idas e vindas e
também já amargou a reserva por alguns momentos. Porém, é aquele ídolo que
apesar da admiração de boa parte da torcida, sofre pela desconfiança que
todos os goleiros precisam se acostumar a enfrentar. Foi assim com os grandes
arqueiros do presente e do passado, como Barbosa, Taffarel, Marcos ,Rogério
Ceni, entre outros.
O momento por que passa o
paredão Pantera, assemelha-se ao vivido pelo próprio Rubro-negro. Campeão da
Copa do Nordeste, fez uma boa campanha na Copa do Brasil, mas no Paraibano algo
vem dando errado com o time. Será que após tanto glamour em nível regional e
nacional, o velho Paraibano não recebeu a atenção devida ? E
quanto ao sempre perigoso rival Treze ? A goleada de 4x0 não serviu como cartão de
visitas ? No primeiro
encontro dos Maiorais, pela semifinal do certame 2013, venceu o time que foi
mais eficiente em todos os setores do campo. Não faltou vontade, disposição e
garra aos jogadores alvinegros. Quando precisou, o velho chutão foi dado e o
simples foi feito. Quem já jogou bola, mesmo que na pelada, já deve ter ouvido
a célebre frase: “Faz o fácil. Toca e sai”. Foi o que faltou ao Campinense: Objetividade.
Evidente que é preciso levar em consideração que o desgaste físico dos atletas rubro-negros,
também vem atrapalhando o rendimento do time, porém, chegou o momento do tudo
ou nada.
O Treze mostrou-se
superior em campo, nesta terça (21). Desde o goleiro Éder, passando pelo
zagueiro inquieto e ousado Negretti, o xerife Charles Vagner, com a velocidade
de Rafael Aidar, o fator surpresa de Jardson Sapé, a bola parada de Daniel
Costa e a vitalidade de Tiago Chulapa. Junto com os demais companheiros,
souberam obedecer à risca as orientações do técnico Vica. Pelo lado do Campinense,
os laterais não apoiaram o ataque e somente Panda, esporadicamente, arriscava
de longa distância. Roberto Dias na defesa, foi seguro e preciso como quase
sempre, Bismarck ficou devendo uma boa apresentação, bem como Zé Paulo e Jéferson Maranhense.
Entretanto, nada está
definido. Sexta-feira (24) teremos o último round. O Campinense tem time para
vencer e se classificar à final. Qualidade existe para isto. O que tem faltado
é pegada, vontade e seriedade dentro de campo. Fazer o simples. Aquela história
de ser o Barcelona não deu sorte nem para o próprio time espanhol, imagina para
os que a eles são comparados ? Até onde eu sei não há nenhum Messi por aqui. Então,
se quiser ter calendário para o segundo semestre, a Raposa precisa por os pés
no chão e com humildade mostrar do que é capaz.
Já o Galo, está no caminho
certo. Com o terceiro treinador somente nesta temporada, algumas dispensas,
muitas contratações, este elenco que está aí é o top de linha. O que de melhor
poderia ser tirado dos hostes alvinegras de janeiro a maio. Com mais tempo de
descanso e menos badalação, o time se mostra imponente na busca pelo seu
objetivo e está bem próximo de alcançá-lo.
Este é o clássico dos
maiorais. Um dos principais do Brasil e que ainda é o sustentáculo maior do
futebol paraibano. Aproxima-se o duelo final de 2013. Após duas vitórias do
Treze e um empate - sem que o Campinense tenha marcado um gol sequer no rival - resta pouco para terminar a história deste confronto neste ano. Como diria Zagallo:
Só falta uma.
O que será que vai
acontecer com o nosso personagem, Pantera ? Terá de aguentar as provocações e galhofas dos
torcedores rivais ou vai contar com a solidariedade dos raposeiros desconfiados ?
Tão incerto como é ver um Treze e Campinense numa sexta-feira, é a falta de definição
sobre o que irá ocorrer no próximo capítulo deste enredo. Porém, estou seguro
de que o protagonista deste show, mais uma vez será o “Paredão”. Um dos poucos,
ou mesmo, o único jogador que teve o seu nome gritado pelas duas torcidas de
Campina Grande. Resta saber, qual delas terá mais motivos para ovacioná-lo. Eliel José Martins Santos: este é o cara.
@basilioneto98
basilio-neto@hotmail.com
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