Eu ainda não havia visto o
Campinense, versão 2013, em ação, mas isto veio a acontecer no último domingo,
na vitória diante do Fortaleza. Existem maneiras diferentes de se ver ou ouvir
uma partida de futebol. No estádio, pela televisão, via rádio, ou mesmo pela
internet. Porém, nada se compara à experiência de estar no local do jogo: o
campo de batalha.
Pela TV, as imagens são
selecionadas de modo que não há uma visão geral do objeto do desejo. Movimentos
de gruas, de mulheres bonitas na arquibancada e outros momentos já tão
explorados, são os que os telespectadores têm acesso. Sem contar, que às vezes
preferimos apertar o botão mudo, para evitar ouvir as besteiras galvânicas, por
exemplo.
Por meio do rádio, a
emoção é à flor da pele, a imaginação é estimulada, todo lance é perigoso...
Uma beleza! Mas ainda passa pelo crivo do narrador, repórter, comentarista e após esta pré-seleção é que as palavras viajam pelas ondas
hertzianas e chegam ao ouvinte, que sem poder de reação, não pode fazer nada,
senão aceitar o que ouve como sendo a realidade nua e crua.
Quando se está no estádio,
torna-se possível chegar às próprias conclusões, sem intermediários ou
atravessadores. E digo mais: estando na orla do gramado, por trás do gol, tudo
se torna ainda mais claro, quando até o diálogo entre os personagens principais
do show, é captado mesmo em dias de casa cheia.
Mas, o que foi que eu vi
no jogo da classificação do Campinense à final da Copa do Nordeste? Vi um time que bota a bola no
chão e sai jogando com categoria. Um belo entrosamento precoce, como se o time
jogasse junto há décadas. Bismarck é o dono da bola no meio campo e Zé Paulo
com seu jingado à frente, sempre cria jogadas produtivas.
Pantera está mais
confiante do que em temporadas passadas e vem mostrando segurança lá atrás.
Ainda não tomou gol neste campeonato, jogando em casa. Ou seja, desde o time de
2008, que conseguiu o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, que a Raposa
não montava um time tão bom. Afinal, desbancar adversários como Santa Cruz,
Sport e Fortaleza com tamanha naturalidade, sem forçar a barra, nem se
utilizando de retrancas memoráveis, mostra que o time é qualificado.
Oliveira Canindé quer fazer história. Já que chegou até aqui, a
próxima conquista poderá ser a mais importante. Para os times que não deram
tanto valor à "Lampions League", porque talvez esperavam que fosse mais fácil, do
que realmente foi, é justo que agora assistam aos dois times que sonharam e se
dedicaram mais, fazerem a tão sonhada decisão.
O ASA ficou famoso após eliminar o Palmeiras da Copa do Brasil. E
o Campinense? A Raposa velha está se lambendo para levantar a taça. Então, seja
pelo rádio, televisão, internet ou no estádio, quem gosta do aguerrido futebol
nordestino irá se render ao show dos coadjuvantes. Que vença aquele que mostrar
ainda mais empenho, até porque do outro lado não terá mais uma camisa
assustadora de outrora. Agora, é tudo dentro de campo. Quem sonhou com a final
no Castelão, vai ter de se dobrar aos encantos da Arena Amigão.
Comentários