BATENDO BOLA COM VENEZIANO E ROMERO


Interessante é a Democracia. Após as eleições, o chefe do poder executivo municipal precisa terminar o seu mandato, mesmo tendo outro prefeito - o eleito - só esperando um novo ano começar. São dois meses com dois "prefeitos". O que vem desgastado pela rotina de dois mandatos, no caso de uma reeleição, e o outro na "ponta dos cascos", como um noivo aguardando para adentrar a câmara nupcial.

Minha amiga e colega Wênia Bandeira em 2010 se machucou. Ficou entregue ao departamento médico, devido à complicações em seu joelho. Atendi ao pedido da mesma e parti em busca de "cobrir a dela". Cheguei ao Palácio do Bispo e após uma pequena espera, adentrei ao recinto acompanhado por uma fotógrafa-modelo. A entrevista marcada era com o prefeito Veneziano Vital do Rego, para a revista Agora Esportes.

De tempos em tempos, o assessor entrava e com os olhos me mandava ir embora, já que havia mais gente na fila querendo falar com o homem. Ora, eu já estava lá dentro e a eloqüência do entrevistado, não me fazia ter a menor pressa. Após uns 45 minutos, estava tudo acabado. O primeiro tempo com o primeiro prefeito em questão.

O segundo tempo aconteceu no ano seguinte, em 2011. Na confraternização do Amigão, tive a oportunidade de jogar no mesmo time de Romero Rodrigues. Ainda ensaiamos algumas poucas jogadas desentrosadas, mas o que marcou mesmo foi a preocupação do então deputado com o seu esquecimento em colocar protetor solar. Só após o problema devidamente solucionado, é que ele entrou em campo. E até que não manda mal. 

Estes foram os momentos em que eu "bati bola" com os dois prefeitos. Ora, hoje é dia 31 de dezembro e a condição de dupla atribuição de cargo, momentaneamente, ainda é aceitável. O lado negativo desta transição foi a inacreditável poluição visual que a tela do computador revelou por meio do twitter. Um verdadeiro lixo abandonado, em meio à palavras de ódio e pautadas em objetivos individuais. 

Em 2012 o mundo não acabou, mas parece que aquele momentâneo Espírito de Natal foi abduzido pela ferocidade das discussões políticas, que infelizmente ainda acontecem de tal maneira a nos fazer lembrar dos animais irracionais que procuram defender o seu alimento. O que esperar de 2013? Ano que antecede Copa do Mundo e outra eleição. Vai começar tudo de novo.

Essa história toda de dois prefeitos e a guerra de bastidores pelo poder, me faz lembrar a desunião e desarmonia que existe entre Treze e Campinense. A rivalidade dos dois, às vezes ultrapassa os muros da sã convivência e supera os limites do gramado. Não tem como os dois crescerem juntos. Enquanto um está em um nível, o outro fica um pouco abaixo. Nem mesmo um simples amistoso preparatório Galo e Raposa conseguem fazer. Um clássico dos maiorais fora de época. Espero que em 2013 tanto na política, quanto no futebol, Campina Grande possa viver um novo tempo. Quem sabe, um terceiro tempo? 



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