Antigamente havia campos de pelada, ou de várzea,
a perder de vista em Campina Grande. Porém, a expansão imobiliária e o
crescimento da cidade foram, aos poucos, mudando este cenário. Todo bairro
tinha os seus times e suas competições. Aos sábados e domingos as pessoas se
aglomeravam na orla dos campinhos para torcerem pelos seus amigos e familiares,
que viviam o seu dia de jogador profissional. Não importava o sol a pino. Havia
sempre uma sombrinha, um dindim de manga, uma cerveja gelada e um refri para refrescarem
os efeitos produzidos pela "lua".
Hoje em dia ainda existem times, competições e
torcida. Mesmo que em menor número do que nas décadas passadas. A tradição e a
diversão não podem morrer. Em outros tempos, até alguns jogadores profissionais
de Treze e Campinense eram revelados pelos times amadores, sob a poeira dos
campos de pelada. O que realmente sustenta o futebol amador em Campina Grande é
a existência dos abnegados do esporte. Aqueles cidadãos que, de uma forma ou de
outra, sempre dedicaram suas vidas ao desporto. Há ex-jogadores profissionais
que hoje em dia jogam na pelada e até recebem um "bicho", por
atuação, tirado do bolso destes amantes do futebol.
RACHA DO TWITTER 2X1 COTEMINAS (Janeiro de 2012) Imagens e comentários: Jéfferson Gustavo.
As competições mais conhecidas na Rainha da Borborema são a Copa Itararé de Futebol de Pelada e a Copa Catolé. Existem outros campeonatos que movimentam times de muitos bairros de Campina Grande, como Santa Rosa, Bodocongó, Pedregal, Rosa Mística, Tambor, Liberdade, Jardim Paulistano e outros. No Parque da Criança, aos sábados, acontece o Racha do Twitter. Idealizado por estudantes de Comunicação Social da UEPB, tem por objetivo a prática de atividade física, sem o caráter competitivo. É o racha mais democrático da cidade. Quem chegar e quiser jogar, joga. Todos os sábados às 7h da manhã a bola rola nas areias do campinho no Parque da Criança.
Sem dúvida, os campos de pelada prestam
relevantes serviços à sociedade campinense. Pois enquanto os jovens estão
jogando futebol, deixam de praticar crimes e ainda criam a expectativa de
poderem um dia até se profissionalizar. É preciso que os poderes públicos,
principalmente o Legislativo, criem leis para a preservação e ampliação das
possibilidades de prática de atividade física. Os campos de peladas estão aí,
disponíveis para o uso sem moderação. Só resta agora, os jovens abandonarem
momentaneamente os mouses e joysticks, para melarem seus calções com o barro
batido da várzea. Não se preocupem! No final do dia o OMO Multiação na mão das
mães, faz milagres.
Comentários