- Eu sei
que em 2012 vocês andaram aprontando comigo, mas eu tenho um bom retrospecto a
meu favor. No presente momento, estou num patamar acima, porém, quero humildemente
reconhecer que naquilo em que vocês são mais fortes eu tenho me mostrado muito
inexperiente. Só basta avistar São José da Mata, que já saio em desvantagem. O
pior, é que eles não se contentam com pouco, querem me desmoralizar, estes
adversários insensíveis. Até o ex-presidente Lula fazendo o gesto de campanha
de FHC em 1994, debocha dos resultados adversos. Como posso, às vezes, ser tão forte em
meus domínios e me reduzir a quase nada, longe do meu terreiro? Até sonhamos
subindo um degrau no poleiro, só que o certo mesmo é pensar em não cair dele,
já que foi uma luta incomensurável para que conseguíssemos estar na condição em
que nos encontramos. É por isto, que venho pedir ajuda a vocês dois
"experts" no assunto. O que eu posso fazer para me segurar lá atrás?
Confesso que já esgotei os temas para as palestras motivacionais, porque o
final é sempre o mesmo: balaiada. O que vocês têm para mim, neste momento
delicado? Sei que quando vocês estão vencendo uma partida de um a zero tiram
logo um atacante, enchem o meio campo de volantes e tome balão para frente.
Fora de casa, às vezes arrancam empates heroicos em zero a zero, sem dar um
chute no gol adversário. Qual o segredo destas façanhas meus colegas?
-
Primeiramente eu quero dizer, que o que falta em você é aquele algo mais.
Aquela vibração. É dar entrevista ao final do jogo, emocionado, com lágrimas
nos olhos, a voz rouca e embargada dizendo que com você é sempre mais difícil,
mas, que seus jogadores foram guerreiros o suficiente. Precisa usar sempre
camisa branca em dia de jogo, colocar no ataque titular um jogador que não fez
nenhum gol no campeonato e principalmente jogar com o regulamento debaixo do
braço. Nunca tente vencer fora de casa! Um empate já é tudo de bom. Coloque um
esquema 4-6-0 e bola para o mato que o jogo é muito ingrato. Se necessário
for, após uma vitória, diga que vai embora, faça de tudo para acabar com os
grupinhos. Eles põem tudo a perder. Se um jogador está entrando e
correspondendo, não o coloque no próximo jogo, para que ele não venha se
empolgar. E mais uma dica: nunca se esqueça de culpar a arbitragem após as
derrotas. Assim, quem sabe na próxima eles erram ao nosso favor.
- E você
Lacerda, o que tem a dizer?
- Olha, o
que eu tenho para te dizer, Vilar, é que você precisa sempre estar mascando
chiclete. Esteja mais na Praça da Bandeira, dê entrevista com cara de poucos
amigos e essa de conseguir fazer bem o ferrolho é algo como um dom. A gente já
nasce com isso. Você nunca foi jogador profissional, acho que por isso tem
dificuldade de fazer uma retrancazinha. Deixe o adversário gostar do jogo e na
hora dos contra-ataques segure a posse de bola. Se for o caso, pode até chutar
da intermediária, assim como bem faziam Hermes, França e Pio. Escolha um esquema
não tão afolozado e tudo vai dar certo. Nunca cometa o pecado de querer jogar
de igual para igual, fora de casa. Use e abuse de recursos como o balão. Nada
de tentar por a bola no chão. Fez um gol fora de casa? Imediatamente tire um
atacante e coloque um zagueiro. Não tenha vergonha de fazer o feio, contanto
que dê resultado. Se quiser outra consultoria minha e de Nascimento é só dizer
e ano que vem a gente se encontra no Paraibano. Mas, em uma coisa nós dois
concordamos: na hora do gol, corram para abraçar Valdo. Ele também é parte do sucesso de vocês e está com o Treze onde o Galo estiver.
@basilioneto98
basilio-neto@hotmail.com
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