De uns anos para cá, a Seleção Brasileira de futebol vem perdendo o respeito
adquirido dentro de campo e conquistado através de seus cinco principais
triunfos, ao longo de 44 anos de luta (1958 - 2002). A Espanha, dona de um
futebol estranho, é campeã do mundo, com a sua obsessão pela posse de bola e
por um jogo feio, mas até certo ponto bonito, com uma incrível disciplina
tática aliada à habilidade de alguns e ao caráter operário da maioria. Mas isto
é futebol arte? E os nossos "craques"? Meninos, irresponsáveis,
mascarados, frágeis, que têm a mania de amarelar, assim como outros projetos de
ídolos: Felipe Massa, Diego Hipólito, Fabiana Murer... O desafio do futebol
brasileiro, neste momento é ter de enfrentar a corrupção, o autoritarismo, a
influência da mídia, os milhões e o endeusamento de jogadores como Neymar e
Ganso, que em outros tempos, se muito fossem iriam para o banco de reservas da
Seleção. Em 1994, Ronaldinho assistiu de camarote a Copa dos Estados Unidos.
Romário está coberto de razão ao "cornetar" Mano Menezes e exigir que
os melhores sejam convocados. Sempre foi assim. Se algo não for feito, a
Seleção Canarinho vai virar motivo de piada. Já andou perdendo para Honduras,
Venezuela, México (freguês) e tem engrossado jogos com "gato e
cachorro". Só faltava uma: a Argentina ganhar aqui em 2014.
Trazendo o foco para a nossa realidade local, Treze e Campinense estão
em posições privilegiadas (ou não), no Campeonato Brasileiro. Depende do
referencial e do ponto de vista. Conta uma estória que dois vendedores foram
enviados a uma localidade afastada da civilização a fim de vender sapatos. No
final do dia os dois mandaram mensagens diferentes aos seus supervisores. Um
disse: eles não usam sapatos, andam descalços. Não venderei nada. O outro
falou: eles não usam sapatos, é uma ótima oportunidade para oferecer a eles
algo novo. Tudo depende da ótica de cada um. Enfim, parece que o pior já passou
e os Maiorais estão mais aliviados neste momento, nas Séries C e
D. O Campinense precisa vencer o Petrolina e o Treze encara o líder Luverdense,
tentando respirar e quem sabe pensar grande na competição. O Rubro-Negro ainda
sofre por não ter um padrão de jogo definido, que faça com que as vitórias
venham de uma forma mais tranquila. Já o Treze, jogando no Amigão ainda está
invicto e é outro time, em comparação ao que joga fora. É hora de Freitas
Nascimento e Marcelo Vilar tomarem nota da receita de bolo e no jogo de xadrez,
que é o futebol, conseguirem mais três pontos nesta jornada.
O Campinense enfrenta o lanterna Petrolina, com um ataque muito
experiente: Warley e Marabá. O time está consciente de que não pode tropeçar,
sob pena de dar adeus às competições em 2012 e ficar fora de série. O Treze vai
contar mais uma vez com a força de sua torcida, para se superar e pelo menos
tentar se garantir na Série C em 2013. No momento em que muito se ouve falar de
que o futebol está nivelado por baixo, que os esquemas táticos dos
"coaches", podem mudar o jogo em um piscar de olhos, é a oportunidade
de Galo e Raposa mostrarem suas forças. Através do legítimo futebol arte, a
jogada individual, o imprevisível, o improviso, aliado ao posicionamento tático
adequado, não tem como dar errado. A força das nossas torcidas é algo que chega
a arrepiar em dias de Amigão lotado. Para a Raposa, é momento de esquecer os
tropeços às margens do Ypiranga. O Galo irá entrar em campo sem o Brasão das
armas, mas vai promover a estreia de Neymi. Ou melhor, Ney Mineiro. Ele chega
com fama de goleador e estava jogando no São Bernardo, onde mora o
Ex-Presidente Lula. Domingo (26) é dia de decisão para o futebol da Paraíba. O
Dinossauro também joga todas as suas fichas, em pelo menos um empate contra o
Feirense, jogando no Marizão. Tomara que os belos lances e o futebol bem jogado
supere a mediocridade. O futebol da Paraíba conta com o Galo, a Raposa e o
Dinossauro. É só lembrar de que futebol é jogo de homem, mas que de vez em
quando a molecagem pode ser necessária. Quem tem a melhor Seleção? Treze ou
Campinense? Não podemos perder o respeito dos adversários. É preciso que
continuemos a ouvir a célebre frase: Respeitem o Galo e a Raposa também,
mundiça.
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