PERIGOSA OBSESSÃO
Parece até nome de filme. E, como tal, precisa de uma sinopse, que poderia ser assim:
Parece até nome de filme. E, como tal, precisa de uma sinopse, que poderia ser assim:
Após acordo obscuro oficializado por uma poderosa
organização e um de seus filiados, outro integrante da irmandade - solitário e
injustiçado - vê a possibilidade de obter nos tribunais algo que de direito
deveria ser seu. Neste jogo de gato e rato, as partes envolvidas não se
entendem, mas nem as ameaças vindas de cima para baixo, intimidam o pequeno
gigante, que prefere a morte a ter de ver seus sonhos não se
concretizarem.
Esta é a situação atual, deste processo judicial que
envolve o Treze, de Campina Grande e a Confederação Brasileira de Futebol. Há
pouco mais de uma década, o Galo da Borborema sonha em ter uma melhor sorte no
Campeonato Brasileiro. Em alguns momentos, por pouco isto não aconteceu. Só
para refrescar a memória, lembremos-nos de 2010, em que o time deixou o
Araguaína-TO (coincidentemente outro time que está envolvido nesta questão),
ficar com a sua sonhada vaga na Série C. Em 2011, apenas um jogo separava o
Treze do acesso, mas novamente caiu diante do Santa Cruz-PE.
Em 2012, outra vez o planejamento traçado pelos
dirigentes galistas não se concretizou e a vaga para Série D não veio. A torcida,
comissão técnica e diretores, nunca esconderam de ninguém o desejo de disputar
uma Série C e depois, quem sabe, uma Série B. Mas para isto, sempre tem um
Campeonato Estadual pela frente, já que a CBF, destina apenas uma sofrida vaga
na quarta divisão, ao campeão da Paraíba. O Alvinegro precisava ser pelo menos
vice, em 2012, já que o Campinense - rebaixado da C, para a D- já tinha vaga
assegurada. Porém, o Sousa não permitiu que o Galo cantasse mais alto outra vez
e o sonho do tricampeonato ficou com as pegadas dos dinossauros no sertão do
estado.
Então, eis que surge uma luz no fim do túnel. O polêmico acordo
entre a CBF e o Rio Branco-AC, fez o departamento jurídico do time de Campina
Grande, cobrar na Justiça Desportiva os seus direitos. Não obtendo sucesso,
coube aos trezeanos recorrer à Justiça Comum. O próprio
relator do STJD orientou ao Treze que deveria buscar anular o acordo na Justiça
comum. Assim, após liminar concedida, os campeonatos das Séries C e D, não
puderam ser iniciados.
Nesta verdadeira briga de Davi contra Golias, o ditado
popular, garante que a corda sempre arrebenta para o lado do mais fraco. Está
provado que Justiça Comum não combina com futebol e que a Constituição Federal
merece o tratamento à ela dada, por Paulo Paim. Do que adianta, supostamente ter o Direito,
se este não é cumprido? Seria interessante que existisse um órgão federal e
independente, que regulamentasse e fiscalizasse a CBF. Caso contrário, o
jeitinho brasileiro permanecerá a reinar e a corrupção continuará sendo o
câncer que corrói esta nação futebolista.
"Libertas Quase Sera Tamen"
(Liberdade ainda que tardia). Não se trata apenas de uma mísera vaga na Série
C. É questão de honra, contra os desmandos da CBF. Mesmo que haja retaliações,
a lição que fica é a de nunca desistir dos seus ideais. O Treze foi quinto
lugar da Série D 2011, dentro de campo. A CBF deveria ter mantido a punição ao
Rio Branco, que entrou na justiça
comum infringindo o Art. 231(CBJD): Pleitear, antes de esgotadas todas as
instâncias da Justiça Desportiva.
Ou seja, a culpa de os
campeonatos ainda não terem começado é da CBF, que fez toda a lambança e não o
Treze. Quando tudo isto acabar, sabe o que eu não gostaria de dizer? "Eu já vi
esse filme". Tomara que tenhamos final feliz, não apenas para o Treze, mas para
o futebol brasileiro, que continua nas mãos de quem não têm capacidade para tanto. Ao Galo da Borborema desejo sorte, porque seu sonho poderá ser realizado, mas as ameaças fazem o seu torcedor temer pelo pior.É o preço a pagar. Campina Grande, mostra mais uma vez, através de um representante seu, porque é arredia e tem mania de grandeza.
Comentários