A Rua Vigário Calixto, no Bairro Catolé em Campina
Grande, é o ponto de partida para os jogos importantes que acontecem no Amigão. No
último domingo (13) não foi diferente. Faltava cerca de uma hora para a bola rolar,
na grande decisão do Campeonato Paraibano e a harmonia entre os raposeiros já
era visível. Em poucos momentos podemos ver tamanha solidariedade, simpatia e
afinidade entre as pessoas. Só o futebol para poder proporcionar momentos como
este. Aliás, na época da política, com as carreatas, nas festas de fim de
ano e por meio das religiões, também vislumbramos a fugacidade da empatia entre os homens, unidos por
cores em comum. Fato raro nos dias de hoje.
Por muitas vezes, aos domingos, trafeguei naquela extensa rua e confesso que ela merecia ser
contemplada com o status de avenida. Ela, nas idas e vindas, leva
esperança, expectativas e sonhos. Por lá passam diversas pessoas levando consigo o
desejo de ver o seu time sair de campo vencedor. Desta vez, deu tudo certo. A
festa da vinda foi maior do que a que aconteceu na ida e o Campinense sagrou-se
campeão paraibano mais uma vez - a décima oitava conquista - desta feita, após
quatro anos de espera.
O Campeonato
Paraibano de 2012 chegou ao seu final, após muitos fatos extra-campo superados. Outros nem tanto, mas o que importa é que tudo foi decidido dentro das quatro linhas.
Claro que o começo foi meio conturbado. Na confecção da tabela, surgiu um jogo no dia 30 de fevereiro. Esquenta não, todo mundo erra. Depois o
Ministério Público se mostra contrário à liberação de quase todos os estádios.
Nada que o jeitinho brasileiro não possa resolver. O Auto Esporte declarou
guerra à Federação. Mas, após este início meio atípico, a bola rolou e tudo
fora esquecido, aos poucos.
A grande surpresa
da competição foi o Paraíba de Cajazeiras, que chegou a liderar o campeonato,
mas acabou sofrendo um duro golpe e ficou de fora do G4. Os fantasmas da mala
branca e preta entraram em ação com força e o time de Cajazeiras acabou sendo
excluído, para nossa surpresa. O Treze mostrou que não era mais o mesmo dos anos anteriores. Após altos e baixos, sucumbiu ao ímpeto sertanejo do Sousa, o seu
grande algoz e pagou pela falta de organização. Logo após este momento, Sousa e
Campinense despertaram na torcida e na imprensa a dúvida, quanto à legitimidade
do espírito esportivo na final da segunda fase no Amigão. Ambos acabaram por
decidir também o campeonato e o melhor acabou vencendo. Sousa e Campinense serão
os nossos representantes na Série D.
A Vigário Calixto
em breve será mais uma vez a principal via de acesso ao sonho do retorno à
Série C. Por um longo período ela vai ser apenas rubro-negra e tomara que mais
uma vez possamos almejar a volta por cima do futebol paraibano. Seja com o
Campinense, ou mesmo com o Sousa. Por que não? No momento da festa, após o
título e ainda no gramado, o goleiro Pantera - ídolo da torcida - desabafou:
"Quem
chega na frente é o melhor, com qualidade, com mérito, o Campinense foi
superior. Quem vem aqui dentro tem que temer sim o Campinense. Quando o Amigão
tá cheio, desse jeito, A GENTE VINDO PRA VENCER, é praticamente impossível nos
vencer". Viram? Bem que eu falei, que eles já
poderiam ter sido campeões no domingo anterior. Era só terem vindo pra vencer.
Mas nada pode tirar o mérito da conquista. O Campinense fez por onde e mereceu
o título de Campeão Paraibano 2012. O próximo passo é a busca pelo acesso, para
que aos poucos a Paraíba possa voltar ao mapa do futebol brasileiro, em grande
estilo. A Vigário Calixto é o caminho.
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