Tem coisa mais sem graça do que um blog ou coluna desatualizada? Pois é. Não deixemos a peteca cair. Aliás, este foi o tema da redação no meu Vestibular em 2000. Falaram tão mal, me fizeram ter tanto medo da tal redação que, confesso passei maus bocados, ali no antigo CPUC, próximo ao viaduto de Campina Grande. No final, após uma visita rápida ao banheiro, provocada pelo excessivo consumo de água, todo trêmulo, consegui me livrar da famigerada redação. Ao menos ela não me reprovou. Um blog precisa sim receber um F5, quase que diariamente, ou então vira algo insosso que nos remete ao tédio de uma mesmice.
Passando pelo centro de Campina Grande, desviando das inúmeras motos, avisto ao longe o amigo e radialista Luciano Santos. Era quinta-feira (12), dia do aniversário do Campinense Clube, que completara 97 anos de fundação. Luciano, com aquele sorriso fácil, me cumprimenta:
- Rapaz, você ouviu hoje o "Antena Esportiva"? Diga quem é que tem coragem de fazer aquilo que eu fiz?
Luciano não precisa mostrar falsa modéstia. É como aquele jogador carismático do tipo Túlio Maravilha, que não foge da raia. Segundo o radialista , foi grande o foguetório em toda Campina Grande, saudando o Rubro-negro por mais um ano de existência. Luciano na Rádio Caturité, com aquela disposição que não é muito comum de se ouvir em programas de rádio às seis da manhã, grita sempre o seu bordão matinal:
- Meu Deusssss.
Então entrei no diálogo e passo a figurar como narrador-personagem.
- Rapaz eu estava a ouvir. E naquela hora em que um trezeano ligou bravo e disse: fale que dois jogadores brigaram no treino ontem no Renatão?
Luciano, ao ouvir este comentário, interrompe o sorriso e confessa:
- Rapaz sei não. Esse povo não tem jeito. Quando foi aniversário do Treze, eu fiz a mesma coisa. Movimentei a galera, fizemos a festa.
É a rivalidade tão exaltada por muitos em Campina Grande, como sendo a razão por que o nosso futebol ainda não acabou de vez. Para alguns, o problema de João Pessoa é que não há mais este clima entre Auto Esporte e Botafogo. Mas será mesmo, que só a rivalidade vai ser capaz de fazer com que nossos times saiam do marasmo e dêem a volta por cima?
É bom, saudável que tenhamos este clima de divisão na cidade. De um lado raposeiros, do outro trezeanos. Agora, confesso que preferia uma rivalidade bem menos acentuada, desde que tivéssemos times pelo menos na Série B, do Campeonato Brasileiro. Do que adianta esta tensão toda e a sempre combatida violência entre falsos torcedores - a qual pude presenciar no último Clássico dos Maiorais - se o Campeonato Paraibano parece ser o único objetivo alcançável.
O que prevalece entre os torcedores e alguns dirigentes rivais, é o entendimento de quanto pior, melhor. "Se eles estão na lama, ótimo. Não me preocupo de estar também". Ora, dois torcedores entram em campo com os times e reverenciam a figura lendária de Léo Rocha (aquele da cavadinha contra o Botafogo no Engenhão), que foi demitido por "justa causa". Arrumar um bode expiatório é sempre bom. Torcedor é torcedor. Dirigente é dirigente. Outro dia, o prefeito Veneziano me confidenciou em entrevista, que o seu pai, Vital do Rego, enquanto Presidente do Campinense, vendia móveis e outros utensílios de casa para pagar aos jogadores - o que era motivo de algumas brigas em casa - pois Dona Nilda é que não poderia ficar satisfeita com esse tipo de atitude.
Creio que estão faltando dirigentes com esse tipo de postura, que possam dar o exemplo aos seus torcedores. Viva a rivalidade! Mas que bom será quando nossos times possam estar em melhores condições estruturais ,administrativas, financeiras e possam merecer o respeito de adversários de outras regiões. Não apenas em lampejos de sete em sete anos.
Sim. Confesso meu crime.Uma coluna desatualizada também é frustrante de se ver. Por isso, a radialista Nalmi Andrade, ao me encontrar no centro da cidade, cobrou:
-Cadê as crônicas?
Talvez eu ande meio sem inspiração, ou o que os meus olhos miram, não me motivam mais. Há uma luz no fim do túnel. É só cavar, cavar, cavar que chegaremos lá. Cavar e torcer que não haja nenhuma Rocha ao Léu. Senão, o que poderemos fazer? Deixar o futebol e passar a jogar peteca? Assim como foi aquela redação que quase me derrubou em 2000? Não! Não podemos deixar a peteca cair.
Passando pelo centro de Campina Grande, desviando das inúmeras motos, avisto ao longe o amigo e radialista Luciano Santos. Era quinta-feira (12), dia do aniversário do Campinense Clube, que completara 97 anos de fundação. Luciano, com aquele sorriso fácil, me cumprimenta:
- Rapaz, você ouviu hoje o "Antena Esportiva"? Diga quem é que tem coragem de fazer aquilo que eu fiz?
Luciano não precisa mostrar falsa modéstia. É como aquele jogador carismático do tipo Túlio Maravilha, que não foge da raia. Segundo o radialista , foi grande o foguetório em toda Campina Grande, saudando o Rubro-negro por mais um ano de existência. Luciano na Rádio Caturité, com aquela disposição que não é muito comum de se ouvir em programas de rádio às seis da manhã, grita sempre o seu bordão matinal:
- Meu Deusssss.
Então entrei no diálogo e passo a figurar como narrador-personagem.
- Rapaz eu estava a ouvir. E naquela hora em que um trezeano ligou bravo e disse: fale que dois jogadores brigaram no treino ontem no Renatão?
Luciano, ao ouvir este comentário, interrompe o sorriso e confessa:
- Rapaz sei não. Esse povo não tem jeito. Quando foi aniversário do Treze, eu fiz a mesma coisa. Movimentei a galera, fizemos a festa.
É a rivalidade tão exaltada por muitos em Campina Grande, como sendo a razão por que o nosso futebol ainda não acabou de vez. Para alguns, o problema de João Pessoa é que não há mais este clima entre Auto Esporte e Botafogo. Mas será mesmo, que só a rivalidade vai ser capaz de fazer com que nossos times saiam do marasmo e dêem a volta por cima?
É bom, saudável que tenhamos este clima de divisão na cidade. De um lado raposeiros, do outro trezeanos. Agora, confesso que preferia uma rivalidade bem menos acentuada, desde que tivéssemos times pelo menos na Série B, do Campeonato Brasileiro. Do que adianta esta tensão toda e a sempre combatida violência entre falsos torcedores - a qual pude presenciar no último Clássico dos Maiorais - se o Campeonato Paraibano parece ser o único objetivo alcançável.
O que prevalece entre os torcedores e alguns dirigentes rivais, é o entendimento de quanto pior, melhor. "Se eles estão na lama, ótimo. Não me preocupo de estar também". Ora, dois torcedores entram em campo com os times e reverenciam a figura lendária de Léo Rocha (aquele da cavadinha contra o Botafogo no Engenhão), que foi demitido por "justa causa". Arrumar um bode expiatório é sempre bom. Torcedor é torcedor. Dirigente é dirigente. Outro dia, o prefeito Veneziano me confidenciou em entrevista, que o seu pai, Vital do Rego, enquanto Presidente do Campinense, vendia móveis e outros utensílios de casa para pagar aos jogadores - o que era motivo de algumas brigas em casa - pois Dona Nilda é que não poderia ficar satisfeita com esse tipo de atitude.
Creio que estão faltando dirigentes com esse tipo de postura, que possam dar o exemplo aos seus torcedores. Viva a rivalidade! Mas que bom será quando nossos times possam estar em melhores condições estruturais ,administrativas, financeiras e possam merecer o respeito de adversários de outras regiões. Não apenas em lampejos de sete em sete anos.
Sim. Confesso meu crime.Uma coluna desatualizada também é frustrante de se ver. Por isso, a radialista Nalmi Andrade, ao me encontrar no centro da cidade, cobrou:
-Cadê as crônicas?
Talvez eu ande meio sem inspiração, ou o que os meus olhos miram, não me motivam mais. Há uma luz no fim do túnel. É só cavar, cavar, cavar que chegaremos lá. Cavar e torcer que não haja nenhuma Rocha ao Léu. Senão, o que poderemos fazer? Deixar o futebol e passar a jogar peteca? Assim como foi aquela redação que quase me derrubou em 2000? Não! Não podemos deixar a peteca cair.
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