"OLÁ RAPOSEIRA"


Quando um time faz o gol e os jogadores correm para abraçar o treinador, a gente logo pensa: opa, o clima está bom entre atletas e comissão técnica. Mas, nem sempre dá para acreditar cem por cento, no que os nossos olhos veem. Se há falsidade ou fingimento, não é tão fácil assim identificar. Marcelinho Carioca, pelo Corinthians, fazia gol de falta como queria. Em uma ocasião correu para abraçar o seu desafeto Wanderley Luxemburgo. Foi aquele abraço apertado, momento de alegria, união. Vai saber o que se passa na cabeça desse povo. Outro dia vi Vampeta dizer, em entrevista concedida a Jorge Kajuru, que naquela época, quase no final da década de 1990, Luxa e Marcelinho chegaram a trocar tapa, por causa de uma mulher em um hotel.

No último domingo (25), prestei atenção em algo que aconteceu, após um dos gols marcados pelo excelente Warley. Antes de dizer o que foi, é bom lembrar que o atacante é tão bem quisto aqui em Campina Grande, pelo bom futebol, caráter de bom moço, que nem os trezeanos conseguem ter raiva dele. Mesmo depois de terem de vê-lo trocar o Galo pela Raposa. Mas o que eu vi, foi quase todo o time do Campinense correr para abraçar o técnico Freitas Nascimento, na comemoração de um dos gols no jogo contra o Botafogo, no Amigão. Apesar dos maus resultados nos últimos jogos, o treinador está prestigiado, confirmam alguns dirigentes da Raposa. Fora do G4, o Campinense agora terá de buscar a sua afirmação de favorito nesta reta final de primeira fase.

Nada melhor (ou pior) do que jogar um clássico contra o Treze, precisando se reabilitar. Ao menos, é de se esperar que o Campinense saia para o jogo e apresente uma postura ofensiva. Em 2011, a Raposa vinha bem na competição e bastou uma derrota para o Galo, para tirar do comando técnico do time, o sempre presente Suélio Lacerda. Será que mesmo em caso de derrota no próximo domingo, dia primeiro de abril, Freitas permanecerá intocável? A situação não é das melhores e tanto Sousa, quanto Paraíba ao que parece não vão querer o papel de coadjuvantes neste curta-metragem. São seis times brigando por quatro vagas e um equilíbrio que há muito não era visto no campeonato paraibano.  

Domingo à tarde é dia de Clássico dos Maiorais. Duelos acontecerão aos montes. Quem levará mais torcedores ao estádio? Beto vai conter o matador Warley? E Vavá com sua obsessão em metralhar? Pantera está de olho. Freitas x Marcelo Vilar: quem será mais ousado? Apenas três pontos separam o primeiro do quinto colocado. E se Warley marcar três gols de novo? Seria "Fantástico" para ele. No Campinense, ele não é mais tão substituído durante os jogos quanto nos tempos de Treze. Vai ver é por isso que já marcou mais gols do que em 2011. Ele, apesar de veterano e experiente, ainda tem muito a fazer, limpando os olhos calejados dos torcedores paraibanos. 

Domingo (1) é o grande dia. Dia de mostrar "Prestígio", sem dar chocolate. Sábado passado avistei Freitas passando em seu automóvel próximo ao Açude Velho. Ele botou a cabeça para fora, com seus óculos escuros e falou com uma loira que estava devidamente caracterizada com a camisa rubro-negra: "Oi raposeira". O sinal abril e a moça ficou bestinha comentando com a mãe: "tu viu? Freitas Nascimento falou comigo". Tem moral ou não o homem? Mas isto foi no sábado. Quero ver no domingo.



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