CHUTE NO TRASEIRO
Pontapé
na bunda ou chute no traseiro? Tanto faz. O interlocutor
para assuntos da Copa do Mundo de 2014 e Secretário-geral da FIFA, o francês
Jérôme Valcke, tentou mostrar a sua preocupação com os atrasos nas obras em
nosso país, de uma maneira pouco respeitosa e acabou tendo que ouvir duras
críticas do Ministro dos Esportes Aldo Rebelo. Até uma carta foi escrita ao
Presidente da FIFA Joseph Blatter, pedindo que Jérôme seja substituído. Este,
por sua vez, já se retratou e afirmou que tudo não passou de um equívoco na
tradução, de uma expressão do francês para o português.
Independente do termo utilizado e da arrogância de muitos estrangeiros
que desrespeitam o Brasil, todos nós sabemos que o nosso país deixa muito a
desejar quando o assunto é organização. O tal do jeitinho brasileiro ainda vai
nos pregar muitas peças, daqui para a realização da Copa do Mundo. Fazendo uma
analogia com esta situação, que parece estar se resolvendo aos poucos, lembro-me
do que aconteceu aqui na Paraíba, quando o Ministério Público se mostrou
contrário à liberação dos principais estádios para a realização dos jogos do Campeonato
Paraibano no início do ano.
O Promotor do Cidadão,Valberto Lira, foi visto por muitos
torcedores e dirigentes como alguém, que de certa forma, estava impedindo a
realização do tão esperado e sofrido Certame de futebol. Na realidade, o que
estava acontecendo era uma iniciativa em tentar preservar a integridade física
dos que frequentam as praças de esporte em nosso estado. Muitos até
esbravejavam: "Todo ano é a mesma coisa, no final alguém assina um termo e
tudo certo". E assim caminha a humanidade brasileira, varrendo a sujeira e
pondo debaixo do tapete.
Será que alguém também está precisando de um chute no
traseiro para acordar no Campeonato Paraibano 2012? O Campinense perdeu a
liderança para o Sousa. Freitas já está ameaçado, dizem. Interessante é a vida
do treinador. Um dia é o melhor, noutra ocasião é apenas um entregador de
camisas. Acho que o técnico precisa ser acima de tudo um líder, alguém que
motive e tenha o grupo nas mãos. O Treze vem mostrando estabilidade, apesar das
derrotas no sertão e da tabela ingrata. O Botafogo de Suélio mostra que quer
uma vaga no G4, apesar da recente queda no desempenho.
O Paraíba de Cajazeiras surge como a provável surpresa de
2012. Faz lembrar o CSP de 2011. O Sousa sempre que pode gosta de contrariar os
que não o colocam como um dos grandes da Paraíba e já apronta das suas na
liderança. Neto Maradona, a quem eu vi jogar no Campinense de 1993, mostra que
não está para brincadeira. Treze e Sousa, têm tudo para fazer um grande
clássico no próximo domingo (11). E o Flamengo paraibano? Agoniza, com apenas
um ponto ganho. Até 2014 chegar, muita coisa vai acontecer. Muitos chutes e
pontapés serão desferidos nos traseiros alheios. Daqui para lá o futebol da
Paraíba bem que poderia evoluir um pouco mais. Já pensou se surge um time
profissional na cidade de Bayeux? Sei lá, o Vasco paraibano, talvez.
O
nome Bayeux nasceu de uma sugestão do então jornalista Assis Chateaubriand ao interventor do estado na época, Rui Carneiro, em homenagem à primeira cidade francesa (de mesmo nome) a
ser libertada do poder nazista pelos aliados durante a Segunda Guerra
Mundial. É melhor parar de misturar as
coisas, pois, quando o assunto é futebol, os franceses não respeitam mais os
brasileiros. Desde Platini, até Zidane e Henry, nossa vida não tem sido nada
fácil. Será que Henry joga a Copa no Brasil? Tomara. Só assim poderemos dar um
pontapé no traseiro dele. Se ele não vier, Jérôme Valcke é que vai "pagar o pato".
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